Espaços criados pelo programa Comunidade Digital oferecem cursos e acesso à internet gratuitamente em todo Estado
Maria Alice é funcionária da Paróquia Cristo Libertador e dona de casa. Aos 53 anos, mesmo tendo um computador em sua residência, se recusava a chegar perto do aparelho. "Eu tinha era medo de pegar. Mas hoje, descobri que não é nenhum bicho de sete cabeças", conta. Ela mudou de ideia quando resolveu aceitar um convite da monitora do Telecentro do projeto Comunidade Digital e virou aluna do curso de informática. Hoje ela, que achava que não tinha capacidade para utilizar o moderno equipamento, se comunica com o filho que mora em Jaru, em Rondônia, pelo MSN, um programa de bate-papo online, e economiza o dinheiro que gastava com as ligações telefônicas interurbanas.
Os Telecentros são mantidos pelo Governo do Estado e estão abertos à comunidade, e todas as pessoas, de crianças a idosos, podem utilizar os computadores e ter acesso à internet e às redes sociais gratuitamente. São espaços com computadores, equipamentos de áudio e vídeo com acesso gratuito à internet, programação permanente de aulas de informática básica e oficinas temáticas. Possuem espaço arejado e climatizado, com estrutura física confortável e são equipados com 5 a 10 computadores. Hoje, existem 31 pontos do Programa em todo o Estado do Acre, sendo 10 em Rio Branco e 1 em cada município.
Edileuza Freire Ferreira, 53, é usuária assídua do Telecentro. Ela conta que achava computador coisa de gente jovem. "Venho todos os dias na paróquia, mas nunca tinha entrado nesta sala. Achava que era coisa de gente jovem. Quando a monitora me convidou pra fazer o curso eu perguntei se podia. Pensei que a gente nem pudesse. Agora, se eu quiser entrar na internet pra buscar uma receita de bolo, que é com o que eu trabalho, eu sei. Agora quero aprender mais", avisa.
"Os telecentros são importantes porque oferecem serviços de qualidade, pessoal treinado para receber o público e orientar o melhor uso, que podem dar suporte ao cidadão e a comunidade em geral. A partir de agora estamos focando os nossos cursos e a nossa orientação para o processo de criação de conteúdo, é uma forma de exercer a cidadania", disse a chefe da Divisão de Inclusão Digital, Alessandra Meireles, citando como exemplo o curso de jornalismo oferecido em algumas unidades do projeto na capital.
Para utilizar os computadores dos Telecentros Digitais basta fazer um cadastro, no local, com CPF e a carteira de identidade. É rápido e gratuito. "Os centro são muito procurados principalmente para fazer inscrição em concursos e pra cadastro de acesso ao Floresta Digital, que pode ser feito em qualquer Telecentro, na capital ou no interior", conta a monitora Clarete Matos. O horário de funcionamento é das 8h às 18h. Além do acesso a internet, os telecentros oferecem também cursos para a comunidade, como informática.
Segundo a coordenadora pedagógica dos Telecentros, essas oficinas foram pensadas para incluir as pessoas de baixa renda no meio digital. "Queremos ensinar essas pessoas a lidar com essas ferramentas para que elas possam utilizar esse conhecimento em benefício próprio. Por exemplo, uma dona de casa que sabe fazer bolos. Ela pode criar um blog para divulgar seus produtos. Um senhor que trabalha capinando quintais, pode usar a internet para conseguir clientes. A ideia é que as pessoas se apropriem desse conhecimento e utilizem, de fato, no dia-a-dia", disse Yana Silva.
Aluna do curso de Pedagogia à distância da Unopar, a estudante Francisca Pinheiro ficou sem conexão em casa e procurou o Telecentro da Paróquia Cristo Libertador para estudar. "Esse é um espaço que dá oportunidade para as pessoas que não tem condições financeiras de ter ou acessar um computador. Pra mim está sendo muito útil e já aproveitei pra me inscrever no curso de informática", disse.
No Telecentro do Parque da Maternidade os cursos oferecidos são mais avançados, como rede de computadores e instalação de Linux, que será oferecido. Todos gratuitamente.
As atividades são pensadas e oferecidas de acordo com a necessidade de cada telecentro, que é identificada por meio dos monitores. Um exemplo é o Telecentro do Rui Lino, que passou a oferecer curso de informática para os pais dos alunos do balé, que ficavam ociosos enquanto as crianças faziam as aulas de dança.
{xtypo_rounded2}Fique por dentro
Na página da Comunidade Digital você descobre onde ficam todos os telecentros da capital e interior e também acessa a programação dos cursos que serão oferecidos: www.comunidadedigital.ac.gov.br.
Crianças menores de 12 anos só acessam os computadores se estiverem acompanhados de pais ou responsáveis, com um termo de autorização preenchido. Quem tem de 12 a 17 anos só pode utilizar o telecentro com autorização dos pais ou responsáveis legais. {/xtypo_rounded2}