Sindicato dos transportes coletivos demostra a preocupação da categoria com a evasão de passageiros
Mototaxistas, taxistas, motoristas de transportes coletivos, cobradores de ônibus e cooperativas de táxi se uniram contra os chamados “pirangueiros” (concorrentes ilegais) e realizaram uma grande manifestação pública com concentração no pátio do Comando Geral da Polícia Militar, pedindo providencias enérgicas e urgentes.
Cerca de 400 profissionais participaram da manifestação. Uma comissão de representantes das várias categorias foi recebida por assessores do governo e da prefeitura de Rio Branco, secretário de Segurança Pública, secretário de Polícia Civil comandante e subcomandante da Polícia Militar, diretores do Detran e RBTrans e um representante da Defensoria Pública.
Para o comandante da Polícia Militar, coronel José Anastácio dos Reis, o encontro foi histórico. “Nunca houve uma manifestação em que todas as categorias estivessem de um mesmo lado”, revelou. Falando em nome da comissão de trabalhadores, o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT- Região Norte), Manoel Lima, disse que os trabalhadores estão sendo ameaçado pelos “pirangueiros” que lhe tomam passageiros de forma acintosa nos pontos de parada.
O sindicato dos transportes coletivos explanou a preocupação da sua categoria com a evasão de passageiros, a queda no faturamento das empresas e a consequente demissão de trabalhadores. Os mototaxistas reclamam que pagam impostos e cumprem todas as exigências legais e não podem trabalhar pela ação dos ilegais. Lembrou que a aquisição da moto, mudança de cores de moto e capacete, licenciamento, mudança de colete e a concorrência desleal feita pelos “pirangueiros” estão inviabilizando a profissão.
Taxistas reclamam que os passageiros sumiram, o faturamento despencou e as prestações dos veículos estão atrasadas. A ausência de passageiros é confirmada pelo representante das cooperativas de taxistas. “Em 2010, o número de chamadas para radiotaxis foi de 45 mil. Em 2011, esse número caiu para 32 mil.”
O que os profissionais reivindicam
Descentralizar a fiscalização das regionais. Os profissionais argumentam que os policiais deixam a fiscalização contra “pirangueiros” em terceiro plano e demonstram muita falta de vontade em combater a ação dos ilegais. E fazem uma denúncia grave: “Entre os ‘pirangueiros’ estão integrantes das Polícias Militar e Civil”.
Querem a criação de uma força-tarefa específica para fiscalizar a ação dos ilegais. Dos diversos oradores ficou claro que as regiões de periferias são as preferidas pelos “pirangueiros”, e citam como exemplo as localidades Vila Acre e bairros Corrente, Placas e Tancredo Neves.
O comandante da PM se comprometeu criar um grupo específico – como sugerem os manifestantes – para atuar contra a ação dos mototaxis e taxistas que trabalham ilegalmente. Até sexta-feira esse grupo já estará em ação.
Anastácio lembrou que existe muita resistência e dificuldade a serem superadas. Por fim, convocou a categoria para trabalhar em parceria com as polícias. Não apenas contra os “pirangueiros”, mas informando de outras situações em que a polícia possa ser acionada e evitar problemas de maior gravidade.
Os profissionais saíram da reunião otimistas e já se articulando para formar uma comissão que a cada fim de semana se reunirá com a comissão de fiscalização para realinhar estratégicas que retiram das ruas os concorrentes ilegais.