Suely Melo fala sobre saneamento e saúde na Rio+20

Secretária de Saúde diz que índices alcançados pelo Acre mostram que o governo está no caminho certo (Foto: Cedida)

Secretária de Saúde diz que índices alcançados pelo Acre mostram que o governo está no caminho certo (Foto: Cedida)

No último dia 18, a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, apresentou na Rio+20 a palestra Saneamento Ambiental na Amazônia e Saúde, na qual apontou como um dos grandes desafios para a saúde pública a estruturação de indicadores que possibilitem análises das interações existentes entre a pressão socioeconômica e a progressiva degradação ambiental.

Ela ressaltou que as mudanças socioeconômica, ambiental e de saúde pelas quais vem passando a Amazônia nas últimas décadas resultaram na melhoria dos indicadores tradicionais de saúde, como redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida, mas em contrapartida houve um aumento considerável na degradação ambiental.

Mesmo assim, e considerando as limitações econômicas do Estado, a secretária afirmou que o conjunto de dados e indicadores mostra que o Acre está no caminho certo e que as condições de saúde e ambientais vêm melhorando a cada dia. “As epidemias estão sendo vencidas, as doenças de veiculação hídrica diminuem na medida em que aumenta a oferta de água tratada e a taxa de mortalidade infantil vem diminuindo. Enfim, todos os indicadores nos levam a afirmar que o modelo de desenvolvimento adotado pelo Acre é sustentável no médio e longo prazos”, disse .

Ela esclareceu que o Estado está enfrentando com determinação o déficit de água tratada, a falta de esgotamento sanitário e a destinação inadequada dos resíduos sólidos para uma parcela da população, principalmente as que vivem no interior, uma vez que esses problemas têm causado alguns transtornos no ponto de vista sanitário, como as doenças diarreicas agudas (DDA), hepatites virais e leptospirose, mas, mesmo assim, o impacto do investimento em saneamento nos indicadores de saúde do Acre se reflete na redução em 80% nos casos notificados de diarreia em crianças menores de dois anos no Estado do Acre, no período de 2005 a 2012, em 44,4% nos casos de leishmaniose de 2004 a 2011 e em 56,5% na mortalidade infantil de 2000 para 2011.

Melo ressaltou, ainda, que 80% dos recursos para os investimentos em saneamento (esgoto, água, resíduos sólidos) estão assegurados e com previsão para conclusão das obras das estações de tratamento de água e esgoto e destinos adequados para a disposição dos resíduos até 2014. Com isso, a capital ficará com uma cobertura de esgotamento sanitário de 72% e os municípios com 90%, e 99% do Estado terá cobertura de água tratada.

Ainda segundo a secretária, além desses fatores, outro impacto na saúde é percebido em áreas desmatadas que alteram o comportamento e a distribuição de vetores, causando doenças como a leishmaniose, a dengue e a malária. Contudo, os pesados investimentos do governo possibilitaram a redução dos casos de dengue de 30.806, em 2011, para 4.446 notificados em 2012, uma redução de 84,4% apenas em um ano. E a malária, que em 2006 chegou a apresentar 93.864 casos, em 2012 caiu para 9.238 casos notificados.

A secretária também fez questão de mostrar na apresentação a particularidade do Acre que possui lugares de difícil acesso e as estratégias encontradas pelo governo para levar saúde para essa população, a exemplo do Programa Saúde Itinerante (leva equipe de médicos especialistas a quem não tem aceso à saúde pela distância em que reside) e do Pró-Acre, que tem como objetivo levar atenção básica de saúde para os grandes vazios assistenciais em cooperação com os municípios. Essas ações têm tido um resultado muito positivo quando avaliamos indicadores tradicionais de saúde.

“Diante dessa constatação, é fundamental fazermos uma reflexão sobre a importância da região amazônica para o mundo. A Amazônia concentra 74% da disponibilidade nacional de recursos hídricos e possui reconhecida importância na prestação de serviços ambientais para o planeta, como as de regulação do clima e da capacidade de captação de gás carbônico da atmosfera. Nosso propósito é fazer com que o resto do mundo perceba a importância desses serviços e paguem por eles. Queremos atingir os objetivos do milênio em sua plenitude, reduzindo os índices de extrema pobreza, sem degradação ambiental, mas não podemos perder de vista que a melhoria da qualidade de vida passa necessariamente pelo desenvolvimento econômico”, ressaltou Suely.

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