Socioeducandos recebem visita de jogador do time italiano Atalanta

Adolescentes improvisam e jogam bola na área de convivência com Alex Lima - FOTO Brenna Amâncio
Adolescentes improvisam e jogam bola na área de convivência com Alex Lima (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Sem chuteiras e uniformes, adolescentes do Centro Socioeducativo Santa Juliana brincaram de futebol na área de convivência da unidade, nesta terça-feira, 4. Ainda assim, a empolgação era a mesma de qualquer outro jovem amante do esporte. A atividade contou com a participação especial do jogador acreano Alex Lima, recém contratado pelo time italiano Atalanta, que está na primeira divisão do Campeonato Europeu 2014.

O jogador levou para os socioeducandos uma palestra motivacional sobre o esporte. A ação faz parte de uma parceria entre o Instituto Socioeducativo (ISE), Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e o movimento Pauta do Bem. A ideia é realizar um torneio com a presença do Alex Lima ainda em junho deste ano, durante suas férias.

Adolescentes mostraram os alojamentos ao jogador (Foto: Brenna Amâncio/ISE)
Adolescentes mostraram os alojamentos ao jogador (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Alex Lima nutre o sonho pelo futebol profissional desde os seis anos de idade. Chegou a treinar na escolinha do Rio Branco Football Club por oito anos. “Saí, pois não levavam a sério”, declara.

Aos 14 anos, ele foi morar em Goiânia, onde se matriculou na escolinha Atlético Goianiense. Permaneceu no local por dois anos, até ser contratado pelo Botafogo, em 2010. “Nem gosto de tocar no assunto, porque não foi legal”, explica Alex, sobre a sua curta temporada no time. Apenas 10 meses.

Em 2011, atuou no Coritiba, do Paraná, e em 2012, jogou para Joinville, de Santa Catarina. “Nesse momento, sai da categoria de base e fui para o profissional. Disputei o meu primeiro Campeonato Catarinense e depois o Campeonato Brasileiro da Série B”, afirma.

Após isso, ele voltou para Goiânia, em 2013, e assinou contrato com o Goiás, maior time da região Centro-Oeste do Brasil. Lá, ele foi notado por um olheiro, que o convidou para jogar no time Atalanta, da Itália.

Alex Lima cresceu no bairro Tancredo Neves e viu de perto o poder do crime na comunidade. Por isso, ao retornar à terra natal, decidiu que ajudaria pessoas como os adolescentes em conflito com a lei, a encontrarem outros caminhos. “Se eu não tivesse buscado a superação por meio do esporte, poderia ter estado aqui dentro, porque eu cresci com a criminalidade na porta de casa. Uma vez, um professor me ensinou que o maior objetivo dele não era formar atletas, mas sim homens. Eu não vim aqui como o jogado Alex e sim como homem”.

De acordo com o presidente do ISE, Henrique Corinto, Alex é um exemplo de superação para os socioeducandos. “É bom para qualquer um de nós vermos o sucesso de um acreano. Com certeza, esses meninos sentiram aqui que podem alcançar os seus sonhos. Histórias assim os motivam a mudar de vida”, aponta.

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