Socioeducandos participam de Gincana Cultural

Para adolescente, jogar bola durante a internação é  como estar em parque de diversão (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Para adolescente, jogar bola durante a internação é como estar em parque de diversão (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Dois dias de integração entre os adolescentes. Esta é proposta da equipe pedagógica do Centro Socioeducativo Aquiry, em parceria com as equipes de segurança, administrativa e técnica da unidade. Socioeducandos participam nesta quinta e sexta-feira, 31 de outubro e 1° de novembro, de uma Gincana Cultural.

A coordenadora pedagógica, Lúcia Oliveira, acredita que o evento poderá somar os conhecimentos adquiridos nas aulas dentro da unidade. “Hoje é a culminância desse conjunto, que é fruto de muito trabalho e da nossa união. Todas as equipes se envolveram para tornar a gincana possível”, comemora.

Brincadeiras e atividades esportivas foram organizadas para contribuir com o evento. Segundo a coordenadora, o clima na unidade já está bem diferente de outras épocas. “Aliado a isso temos também o Projeto de Leitura, que disponibiliza livros nos alojamentos para reduzir o tempo de ociosidade. Vamos receber mais 150 acervos paradidáticos do projeto Livro Caminhando Até Você, de autoria da servidora pública Raimunda Lima. O resultado disso já é perceptível como a diminuição do uso de gírias e a facilidade que estão tendo de se expressar”, declara.

Professores buscam ideias para tornar a educação mais atraente aos socioeducandos (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Professores buscam ideias para tornar a educação mais atraente aos socioeducandos (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Após o momento de descontração, os adolescentes e funcionários partilharam de um churrasco, oriundo da verba arrecadada pelos socioeducandos durante a Feira do Jovem Empreendedor, realizada no dia 18 de outubro, na Escola Estadual de Ensino Médio Glória Peres. O Programa do Ensino Médio (PEM) foi o idealizador do evento. Os meninos obtiveram sucesso com as vendas de origamis feitos por eles.

Para o socioeducando Felipe (nome fictício), que já completou a maioridade dentro do Centro, os mais de 14 meses internado o fizeram refletir sobre os valores da vida. O que antes era vontade de cometer infrações, hoje deu espaço a sonhos de uma liberdade merecida e oportunidades honestas. “Minha forma de pensar mudou. Há um tempo eu realmente fazia tudo errado. Só que chega uma hora que todo homem sonha em ter a sua casa própria e uma família. A minha hora chegou. Atualmente estou fazendo o curso de Eletricista Predial aqui e quero conseguir um emprego com a experiência que estou tirando das aulas. Dias como este de hoje valem ouro para quem está em regime fechado. Brincar e jogar bola é como uma Disneylândia pra gente”, afirma.

De acordo com o presidente do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), Henrique Corinto, a realização de atividades semelhantes é trabalhosa, porém, traz grandes benefícios. “Não conseguiríamos tornar isso possível se não fosse o desempenho dos professores, dos socioeducadores, que garantem a segurança durante o evento, e também dos técnicos que se envolvem nos projetos e abraçam a causa. Temos uma equipe administrativa sensível à socioeducação. Dessa forma temos mais tranquilidade na rotina de trabalho”, aponta.

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