O Instituto Socioeducativo do Acre, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), iniciou nesta segunda-feira, 23, o curso de Eletricista Predial de Baixa Tensão para 12 adolescentes em conflito com a lei inseridos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec). As aulas serão realizadas no Centro Socioeducativo Aquiry. O certificado é reconhecido nacionalmente, a capacitação tem carga horária de 200 horas/aulas.
De acordo com o instrutor colombiano, Adriano Valera, os socioeducandos irão aprender no curso as normas da eletricidade e o uso correto do Equipamento de Proteção Individual (EPI). Para encerrar os trabalhos, os adolescentes terão aulas práticas de manutenção com materiais encontrados na própria unidade.
O instrutor revela que ensina pela primeira vez alunos em medidas socioeducativas. “Para mim isso é uma dádiva de Deus. Não é todo profissional que tem a capacidade de sair de uma escola normal e vir para um lugar como este aqui, onde temos que dar harmonia para o jovem, flexibilidade, força e coragem. Precisamos fazê-los entender que no futuro eles terão a liberdade devolvida e instruí-los a saber usá-la”, declara.
O socioeducando Antônio Francisco (nome fictício), 17, antes desse curso já havia concluído outros dois: um de Grafitagem e outro de Mestre de Obras. Otimista, o jovem faz planos. “Espero que a gente saia daqui preparado para o mercado de trabalho, ganhando o nosso dinheiro com dignidade, sem tomar das pessoas, com nosso esforço e nosso suor. Como podemos ver, a nossa cidade está crescendo e necessita muito de eletricista. Creio que esse será mais um caminho a seguir”, idealiza.
Na abertura das aulas, o presidente do ISE, Henrique Corinto, alertou os adolescentes sobre a importância do curso para que eles possam ingressar no mercado de trabalho. “A equipe Senai é de uma qualidade inquestionável. E é fato que esse ramo requisita muitos profissionais. Quem quer se dar bem na vida precisa agarrar essa chance”, orienta.
Segundo o diretor do Centro Socioeducativo Aquiry, Wilkerson Avilar, somente neste ano, cinco cursos já foram aplicados na unidade e destaca as consequências positivas desse processo. “A principal diferença é em relação ao comportamento e à perspectiva deles. Ao experimentar da qualificação profissional, eles começam a ter uma visão ampliada. Isso é bom, porque alimenta o sonho e a força de vontade desses meninos”, pontua.