Adolescentes dos Centros Socioeducativos Aquiry e Mocinha Magalhães assistiram, nesta sexta-feira, 14, ao premiado espetáculo “A Linha Mágica”, do grupo A Fabulosa Companhia Teatro de Histórias, no Teatro Plácido de Castro. A ação faz parte de uma série de atividades culturais, que visa resgatar o gosto dos jovens, em conflito com a lei, pela arte.
Foi o momento em que a socioeducanda Amanda (nome fictício), 15, uma das oito pessoas contempladas com o passeio, teve o primeiro contato com o teatro. “Não imaginava que eu conheceria este lugar justo dentro das medidas. Ficar internada é muita pressão, por isso, quando a gente sai é como estar livre”, declara.
Mateus (nome fictício), 18, brinca de atuar desde os 12 anos de idade. Ele afirma ter se tornado mais feliz, quando descobriu a vocação. Nos eventos do Centro Socioeducativo Aquiry, ele costuma encenar fantasiado de palhaço. “Sempre tive vontade de vir ao Teatrão e hoje isso se tornou possível. Não tenho dúvidas ao dizer que quero trabalhar no circo”, almeja.
De acordo com o diretor da Aquiry, Wilkerson Avilar a frequência dos socioeducandos no teatro foi retomada. “Já fazíamos esse trabalho no ano passado. Queremos apenas dar continuidade, porque o resultado é sempre satisfatório”.
Segundo o diretor da unidade feminina de Rio Branco, Walderlan Lima, a atividade faz parte do processo de humanização das internas. “A intenção é reinserir na vida delas uma fase que estava sendo esquecida. Isso se torna um ganho para a adolescente, para família, para a instituição e para a sociedade”, aponta.
Para o presidente do Instituto Socioeducativo (ISE), Henrique Corinto, o teatro é uma das mais belas formas de arte e que, com certeza, acrescentará bons frutos aos adolescentes. “A semente foi plantada. Agora basta que eles cultivem os ensinamentos que as equipes unidas passam para eles”, afirma.
A Linha Mágica é uma lenda francesa que fala sobre a relação do homem com o tempo. O espetáculo é uma realização do Ministério da Cultura (MinC), com patrocínio da Petrobras. O apoio cultural ficou por conta do governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour.