Socioeducandas se destacam em projeto universitário

 

O projeto também tem significado terapêutico na rotina das adolescentes (Foto: Brenna  Amâncio/ISE)

O projeto também tem significado terapêutico na rotina das adolescentes (Foto: Brenna Amâncio/ISE)

Na semana passada, as adolescentes do Centro Socioeducativo (CS) Mocinha Magalhães, unidade feminina de Rio Branco, iniciaram a ideia da construção de uma horta. Nesta quarta-feira, 25, a equipe gestora do projeto, formada por acadêmicos da Uninorte e do Ifac, fez uma visita ao local para avaliar o trabalho desenvolvido pelas jovens.

 

As socioeducandas elegeram o nome ‘Cultivando Saúde’ para denominar o projeto, que tem o objetivo de enriquecer a alimentação das adolescentes e servir como fonte de renda para arrecadar recursos a futuros projetos pedagógicos e sociais.

Até o momento, sete adolescentes participam do projeto que visa construir e fazer a manutenção de uma horta e um jardim no próprio terreno da unidade. Futuramente, outras meninas devem ser inseridas.

O ‘Cultivando Saúde’ é oriundo de uma parceria entre o governo do Estado, por meio do Instituto Socioeducativo (ISE), e a Uninorte. O Instituto Federal do Acre (Ifac) também foi inserido no serviço, com a participação dos alunos do curso de Ciências Biológicas.

Segundo o professor André de Almeida Silva, esse é um trabalho contínuo, que agrega adolescentes em conflito com a lei. O mesmo projeto já foi implantado no Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef). “A ideia surgiu na coordenação do curso de Biologia. Com base nisso, construímos, na parte prática, a horta e o jardim na unidade e depois que tudo já estiver pronto, usaremos o resultado para fazer o trabalho de pesquisa técnica”, explica.

O professor conta que ao chegar com a equipe na unidade, ficou surpreso, pois a horta já estava montada. “Elas se anteciparam em tudo. Já deram nome ao projeto e desenharam tudo. Nós escolhemos adotar a prática da permacultura, que é um sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis. Elas fizeram a horta daqui em formato de flor. Ficou incrível”, elogia.

Segundo o presidente do ISE, Henrique Corinto, é comum as meninas internadas se destacarem mais nas atividades socioeducativas. “Tudo o que encaminhamos para a unidade se torna um sucesso. Elas são empolgadas e dedicadas. Esperamos que essas jovens realmente usem as boas experiências adquiridas no Centro de maneira positiva em suas vidas”, declara.

A socioeducanda Ana Maria (nome fictício), 15, reconhece a oportunidade que lhe é dada e faz alguns planos. “Cuidar de uma horta parece tão simples, mas para nós, que estamos aqui, é como um refúgio dos pensamentos, das preocupações. Vou aprender tudo o que eu puder na unidade para usar como fonte de renda lá fora”, determina.

De acordo com a diretora do CS Mocinha Magalhães, Lusiélia Nobre, o projeto valoriza e instiga as adolescentes a participarem mais das atividades. Segundo ela, a equipe pedagógica montou um cronograma para inserir o projeto também nas aulas. “Geralmente quem vem parar aqui, não possui muita coisa na bagagem. Portanto, oportunizá-las sempre é uma boa ideia. Além do mais, esse exercício é terapêutico para elas”, garante.

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