No curso, as socioeducandas aprendem a forma correta de se comportar no ambiente de trabalho, qual postura adotar, noções de atendimento ao cliente, como organizar um documento, conhecimentos sobre o INSS, carteira assinada, ofícios, cadernetas, dentre outros conteúdos competentes a função do auxiliar administrativo.
De acordo com o professor Wanden Bergson, existe uma grande demanda no mercado de trabalho para essa área, e a adolescente que apostar nesta capacitação, terá uma vaga garantida. “Muitas empresas privadas estão contratando. O Sine é um exemplo, que faz essa seleção. Basta agarrar a chance e acreditar”, encoraja.
Para a diretora do Centro Socioeducativo Mocinha Magalhães, Ronimar Matos, o efeito que a capacitação profissional tem sobre as socioeducandas é muito positivo. De acordo com ela, muitas adolescente que passaram pelas medidas e também foram beneficiadas com algum dos cursos ofertados, hoje já estão inseridas no mercado de trabalho. “Elas voltam aqui apenas para dar a boa notícia. Elas aproveitam os cursos para conquistar um emprego”, lembra.
Uma das socioeducandas, de 17 anos, conta que antes de entrar na unidade nunca tinha buscado capacitação profissional. Estar ali, recebendo o apoio de toda a equipe do ISE, é motivo para se sentir estimulada. “Antes eu não tive muitas oportunidades. Aqui dentro, os funcionários e também a minha família acreditam que eu posso ser diferente e é nisso que eu me apego. Hoje posso dizer que tenho ótimas escolhas para buscar uma vida melhor”, afirma.
Segundo a supervisora educacional Mayanna Monteiro, o objetivo do Pronatec é capacitar os estudantes e as pessoas que buscam uma formação para o mercado de trabalho. “Foi um investimento muito alto da presidenta Dilma Rousseff. Desde 2012 estamos trabalhando com esse programa e tem dado muito certo. E este é o primeiro ano que inserimos os adolescentes em conflito com a lei”, relata.
O presidente do ISE, Henrique Corinto, acredita no trabalho desenvolvido em função da profissionalização dos socioeducandos. “Além desse, outros cursos estão sendo realizados simultaneamente nos Centros Socioeducativos do Acre. Este é um avanço nas medidas. A resposta que estamos tendo em detrimento disso é muito positiva. Porque a socioeducação não é apenas privar esses jovens da liberdade, deixá-los trancados. O objetivo maior é mostrar que eles podem escolher o certo, que há uma equipe trabalhando incansavelmente para devolver pessoas mais humanas para o convívio em sociedade”, afirma Corinto.