Sistema de análise e projeção de eventos climáticos é lançado no Acre

Lançamento do sistema reuniu cientistas e representantes de várias instituições no auditório da Funtac (Foto: Assessoria IMC)

Lançamento do sistema reuniu cientistas e representantes de várias instituições no auditório da Funtac (Foto: Assessoria IMC)

Foi lançado na manhã desta quarta-feira, 17, no auditório da Fundação de Tecnologia do Acre, o PULSE –  Brasil, um sistema de análise e compreensão das interações existentes entre clima, ecossistemas e saúde humana. Este método projetará  previsões de alterações climáticas de médio e longo prazos para a Amazônia e o Brasil, mas o estado do Acre é o campo piloto de implantação da plataforma.

O sistema é uma criação da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e está sendo implantado no Brasil por meio de parcerias com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O projeto piloto de aplicação desse sistema de monitoramento e projeção de eventos climáticos está sendo aplicado no Acre com apoio da Secretaria de Meio Ambiente, do Instituto de Mudanças Climáticas, da Secretaria de Saúde e da Universidade Federal do Acre.

De acordo com a coordenadora da unidade de monitoramento de eventos hidrometereológicos do Acre, essa ferramenta complementará um trabalho já realizado pelo Estado. “Temos hoje alertas e previsões de curto e médio prazos, e essa ferramenta nos dará dados para tomada de decisões de médio e longo prazos. O sistema utiliza dados do passado e do presente para apresentar cenários de futuro, o que permitirá uma antecipação das ações públicas de mitigação e resposta aos eventos extremos”, declarou.

Conforme explica a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), Sandra Hacon, o sistema tem uma grande importância também para a saúde pública, já que várias doenças são potencializadas por eventos climáticos. “Exemplos são as doenças respiratórias e cardiovasculares durante a seca, e as queimadas. As doenças como leptospirose e malária têm pico de infestação após o período de alagações. O Acre vai ser o exemplo de como integrar variáveis do ecossistema com o componente saúde, para que as ações de adaptação e promoção da saúde possam ser implementadas antes de os eventos extremos acontecerem”, completa Hacon.

Os dados obtidos permitirão a avaliação e exploração de diferentes políticas públicas de adaptação e mitigação dos problemas ambientais no Brasil, e em particular na Amazônia brasileira, associados às mudanças climáticas e a eventos extremos. A avaliação antecipada de prováveis eventos pode fortalecer a resiliência e o desenvolvimento sustentável dessas comunidades.

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