Simpósio de Saúde Mental reúne profissionais do setor até quarta

O primeiro Simpósio de Saúde Mental do Acre começou com a iniciativa de profissionais da área terapêutica do Hospital de Saúde Mental do Acre (Foto: Angela Peres/Secom)

O primeiro Simpósio de Saúde Mental do Acre começou com a iniciativa de profissionais da área terapêutica do Hospital de Saúde Mental do Acre (Foto: Angela Peres/Secom)

O primeiro Simpósio de Saúde Mental do Acre começou com a iniciativa de profissionais da área terapêutica do Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), como uma forma de prestar contas e discutir questões internas referentes aos procedimentos aplicados na unidade. Mas outros profissionais que compõem a rede de atendimento e acolhimento de saúde mental e os que atuam diretamente com usuários de álcool e outras drogas também queriam participar do debate. Na manhã desta segunda-feira, 8, demonstraram que o momento é apropriado para discutir o papel de cada setor e afinar as diferentes linguagens ao abordar o assunto a partir  do tema “A criatividade e as novas formas de acolher a singularidade”.

Durante mesa redonda, realizada durante a abertura, representantes das secretarias de Saúde do estado e município, centros de tratamento e apoio, conselhos de saúde e do hospital de saúde mental destacaram a construção e fortalecimento da rede construída ao longo de mais de 20 anos e formalizada recentemente pela portaria 3088. O momento é de ouvir o que médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, conselheiros de saúde, pacientes e familiares têm a dizer para agregar, e ao mesmo tempo diferenciar, o atendimento aos pacientes de saúde mental e usuários de entorpecentes no Estado.

O momento é de ouvir o que médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, conselheiros de saúde, pacientes e familiares têm a dizer para agregar (Foto: Angela Peres/Secom)

O momento é de ouvir o que médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, conselheiros de saúde, pacientes e familiares têm a dizer para agregar (Foto: Angela Peres/Secom)

Para o médico e diretor do Hosmac, José Paulino Rosas, os desafios emergenciais são realizar o projeto de reforma do único hospital especializado do Acre e chegar a um consenso sobre os conceitos do que são as doenças mentais e sobre a assistência especializada no Estado. “O grande inimigo do doente mental é a doença mental”, alerta Paulino Rosas lembrando que atualmente a depressão, considerada uma dessas doenças, é a quarta causa de afastamento do trabalho, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2020 será a segunda causa. “É preciso garantir que as pessoas tenham seus direitos cumpridos e um deles é o acesso ao melhor tratamento de saúde”, completa.

Ações parceiras entre estado e município fizeram avançar em 2012 em direção a alguns desses direitos com a abertura de 18 leitos de saúde mental, também utilizados para tratamento de usuários de álcool e drogas; fortalecimento e luta pela ampliação dos centros de atendimento psicossociais, os Caps; criação dos consultórios de rua (Rio Branco já possui uma unidade) e dos centros POP, destinado a esta população que atualmente não possui tratamento e está nas ruas das cidades.

{xtypo_rounded2}Hosmac ainda é referência

Em 2003, o Hosmac possuía no quadro 5 médicos. Hoje eles são 14, responsáveis por 2.612 atendimentos ambulatoriais por mês, 343 de emergência e 1.241 visitas a pacientes internados na rede. Atualmente estão cadastrados no hospital, referência para diversas doenças mentais e transtornos temporários, 27.831 pacientes. Desses, 18.554 são ativos. O hospital também é referência em ensino e pesquisa. Por lá passam profissionais e estudantes das áreas de psicologia, serviço social, terapia ocupacional, fonoaudiologia, odontologia, clínica médica, enfermagem, educação física. “Nossa proposta, nossa busca, é descentralizar e lutar para que cada caso seja tratado por unidades específicas como os Caps, consultórios de rua, hospitais gerais, mas sabemos que ainda é necessário acolher esse paciente”, diz o diretor do Hosmac, José Paulino.

O Simpósio de Saúde Mental continua nesta terça com palestra sobre o Impacto dos transtornos mentais nas relações familiares dos pacientes internados no Hosmac, a Co-morbidade entre transtorno mental e o uso de drogas lícitas e a mesa redonda Saúde Mental: pesquisas, reflexões e propostas. Às 15h30 será aberta a II Exposição O ser da arte, resultado da oficina Arte do Ser que oferece a pessoas com sofrimento mental, internos do Hosmac, familiares e comunidade atividades como pintura, música, dança, desenho, escrita, entre outros e de acordo com seus interesses e habilidades.{/xtypo_rounded2}

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