Técnicas do Ministério da Saúde (MS) estão no Acre para a elaboração de propostas com vistas a melhorias no atendimento aos pacientes com doença falciforme que são acompanhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A visita, uma mediação que o MS faz localmente para avançar na melhoria da qualidade da assistência às pessoas com doença falciforme, reuniu membros da Associação de Pessoas com a Doença Falciforme, Hemoacre, Núcleo de Atendimento em Triagem Neonatal, entre outras áreas técnicas da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
“Discutimos junto com os serviços envolvidos no cuidado às pessoas com a doença falciforme, como melhorar essa atenção e o apoio a um fluxo de assistência que responda às necessidades e demandas dessa população”, informa Maria Cândida Queirós, responsável pela Política de Atenção Integral a Pessoas com Doença Falciforme, do Ministério da Saúde.
Durante a reunião foi discutido uma melhor divulgação sobre a doença, ainda desconhecida por grande parte da população e melhorias no fluxo de assistência aos pacientes. “Temos hoje no estado a missão de fazer a regulação na entrada das unidades básicas de saúde e também a orientação e acompanhamento permanente desse paciente. O grande desafio do estado, e isso é possível com a regulação na rede, são os exames periódicos”, ressalta a gerente de Saúde da Política das Populações Prioritárias e Vulneráveis da Sesacre, Zilmar Cândido.
O presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme no Acre, Jaribe Ferreira, acredita que existam mais de 300 pessoas com a doença no estado. “Sou pai de três meninas com a doença e sei da importância que é essa assistência, o esclarecimento e o tratamento da doença. Minha proposta é criarmos com parceria com a Sesacre na realização de um evento para reunir essa população. Precisamos massificar informações como forma de prestar maior assistência as pessoas que sofrem com a doença”, propõe.
Sobre a doença
A doença falciforme é hereditária, ou seja, herdada dos pais, e causa má formação das hemácias, ocasionando deficiência no transporte de oxigênio no sangue.
As pessoas com esse tipo de doença apresentam anemia crônica e episódios frequentes de dor severa, decorrentes do processo de vaso oclusão causados pela forma de foice (daí o nome falciforme) que as hemácias assumem. Além disso, essas pessoas apresentam vulnerabilidade a infecções, o sequestro esplênico (quando o baço acumula sangue), a síndrome torácica aguda e o priapismo (ereção involuntária que causa dor) são algumas das intercorrências frequentes nestas pessoas.
Atualmente, 63 pacientes, de 80 diagnosticados com anemia falciforme no Acre desde o ano de 2002 são acompanhados pelo Nativida no Acre.
Assistência
A realização do Teste do Pezinho é fundamental para a identificação precoce e acompanhamento dos casos, bem como para o planejamento e organização da rede de atenção integral. O exame deve ser realizado nos postos públicos de saúde na primeira semana de vida.
Todos os medicamentos que compõem a rotina do tratamento são disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS).
O rigoroso programa de vacinação estabelecido no calendário nacional também é outro importante fator de redução da mortalidade infantil por infecções de crianças com a doença, já que possuem um risco aumentado em 400 vezes em relação à população em geral.