SEPMulheres realiza primeira conferência regional em Mâncio Lima

Encontro visa identificar demanda e escolher delegadas que participarão da Conferência Estadual  

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A Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SEPMulheres) realiza em Mâncio Lima a primeira das cinco conferências regionais de mulheres (Foto: Onofre Brito)

A Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SEPMulheres) realiza em Mâncio Lima a primeira das cinco conferências regionais de mulheres, com participação, além do município sede, dos municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Porto Walter. Marechal Thaumaturgo, que também pertence à regional do Juruá, optou por fazer a conferência municipal.  

As conferências municipais e regionais são preparatórias para a conferência estadual que será  realizada em Rio Branco no período de 21 a 23 de setembro, visando ainda a Conferência Nacional, que vai acontecer em Brasília, de 12 a 14 de dezembro. Segundo a secretária de Mulheres, Concita Maia, o objetivo das conferências municipais e regionais é a construção de uma agenda de prioridades específicas dos municípios participantes que possam se transformar num plano municipal de políticas para as mulheres.  

“É um momento em que vamos fazer a revisão do Plano Nacional de Políticas para Mulheres, que foi construído em 2004 durante a 1ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres e avaliado em 2007 na 2ª Conferência. Agora vamos fazer os ajustes necessários, e isso depende exclusivamente da realidade das mulheres dos municípios”, disse Concita.

Em Mâncio Lima, a conferência é realizada no Balneário Betânia e atraiu cerca de 500 agricultoras, aposentadas, estudantes, empresárias, servidoras públicas, professoras e indígenas. Autoridades também se fizeram presentes, como o prefeito Cleidson Rocha, o vice Ériton Maia, o promotor Iverson Bueno e a primeira-dama de Rodrigues Alves, Mônica Freitas.

A secretária Concita ficou satisfeita com tantas mulheres participando. “Este é um processo extremamente rico, de participação popular, no qual a sociedade civil e o governo dialogam e juntos identificam as lacunas a serem transformadas em políticas públicas. A identificação das demandas é um passo, mas o desafio agora é transformá-las em políticas públicas executáveis, a serem realizadas nos municípios e no Estado como um todo.”  

Na conferência serão escolhidas 22 mulheres que representarão o Vale do Juruá na conferência estadual. Elas ainda poderão ser escolhidas a integrar a comitiva de mulheres acreanas na conferência nacional. “Queremos que a realidade das mulheres do Vale do Juruá seja apresentada em âmbito nacional”, disse Concita.  

"Acontecimento maravilhoso"   

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“Nós viemos em seis mulheres do povo Puyanawa. Estamos participando, discutindo ideias para colocar nas leis a garantia dos direitos das mulheres, indígenas ou não

A empresária Agamedina Sales dirige em Cruzeiro do Sul uma instituição voltada a apoiar principalmente jovens e mulheres em estado de vulnerabilidade social e suas famílias. O Centro Educativo Adiles Nogueira Maciel (Ceanom) que tem atualmente 380 alunos em seus diversos cursos. Ela conta que na semana passada o centro que dirige fez uma pré-conferência com as mulheres atendidas e mães de alunos visando especificamente participar da conferência regional. “Trouxemos o resultado da pré-conferência e vamos apresentar, especialmente, nossa ideia de, a partir de novembro, iniciar um trabalho especificamente voltado para as mães dos jovens que atendemos.”  

Para ela, a conferência é  um “acontecimento maravilhoso”, que já era esperado há  muito tempo pelas mulheres. “Como mulher que trabalha com mulheres, a gente vê o grau de desigualdade tanto financeiro como de informações. Muitas mulheres vivem desinformadas, não sabem seus direitos e por isso não têm forças, não tem ânimo para começar uma coisa nova”, declarou.  

Macleine de Melo, coordenadora do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), considera que a conferência regional vai contribuir para a avaliação do segundo plano de políticas públicas para as mulheres analisando os aspectos regionais e as especificidades da mulher da região. “A ideia é de que essas políticas sejam consolidadas. Nós já temos um plano, e o sonho é que ele vire realmente uma política. Por enquanto estamos avaliando o que já temos para consolidar realmente uma política para as mulheres. Aqui vamos discutir a necessidade específica da mulher do Juruá.”   

Elas disseram:

{xtypo_quote}Hoje tem mulher muito maltratada, apanha do marido e não denuncia, não tem coragem. Tem mulher carregada de filhos apanhando dentro de casa. Acho importante ter nossos direitos garantidos, até porque quem é presidente do Brasil é uma mulher.

Cosma Alencar Dias, agricultora aposentada{/xtypo_quote}

{xtypo_quote}Nós viemos em seis mulheres do povo Puyanawa. Estamos participando, discutindo ideias para colocar nas leis a garantia dos direitos das mulheres, indígenas ou não. Viemos fazer alguns registros e trouxemos também parte de nosso artesanato para que as pessoas possam ver a qualidade do trabalho que realizamos.

Sharanaya Puyanawa, artesã da etnia Puyanawa{/xtypo_quote} 

{xtypo_quote}Recebemos com muita satisfação o convite para promover em nosso município esse debate. Esperamos que ele possa balizar nossas posições também. Creio que o que será discutido aqui hoje possa contribuir com as conferências estadual e nacional.

Cleidson Rocha, prefeito de Mâncio Lima{/xtypo_quote}

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