Deputados enaltecem o valor do trabalho doméstico em sessão especial
A Assembleia Legislativa do Acre realizou nessa quarta-feira, 27, uma sessão especial em homenagem ao dia das trabalhadoras domésticas. Estiveram presentes a secretária de Políticas para as Mulheres, Concita Maia, a coordenadora Municipal da Mulher, Rose Scalabrin, a representante do Cernegro, Márcia Costa, a coordenadora do Fórum Permanente de Educação Étnico-Racial do Acre, Almerinda Cunha, e outros apoiadores da causa, como Abrahim Farhat, conhecido como Lhé.
O autor do requerimento foi o deputado Geraldo Pereira. “Não podemos esquecer que se não fossem essas trabalhadoras nós não teríamos como chegar a nossas casas e encontrar tudo em ordem. Prezo e valorizo muito o trabalho dessas mulheres”, disse o deputado.
Mas poucos lembram que trabalhadoras e trabalhadores domésticos não se resumem aos que cuidam de uma casa. Há os jardineiros, motoristas, babás e outras atividades que compõem a categoria. Hoje esse trabalho é reconhecido como profissão, mas as lutas pela valorização e pelo combate à exploração e preconceito são antigas. “Infelizmente, muitas das nossas companheiras têm vergonha de dizer que são domésticas. É preciso que elas entendam que essa é uma profissão como outra qualquer, que temos direitos como qualquer outro trabalhador ou trabalhadora”, disse a presidente do Sindoméstico do Acre, Jane Aparecida da Silva.
Ainda segundo a presidente, alguns patrões chegam a demitir seus empregados e empregadas domésticas ao saber que são sindicalizados. “Isso precisa mudar. E precisa mudar também a legislação trabalhista para nós. Queremos ter os mesmos direitos de todas as trabalhadoras e trabalhadores do Brasil. Ainda temos muito a conquistar. Mas vamos chegar lá”, enfatizou Jane.
A secretária de Políticas para as Mulheres, Concita Maia lembrou que no Brasil cerca de 72% dos que compõem a categoria não têm vínculo formal de trabalho, nem carteira assinada. “O governo do Acre, por meio da SEPMulheres reafirma seu compromisso de ajudar no fortalecimento do Sidomésticos para que tenham uma instituição que possa lutar por elas. Essa situação esbarra no desrespeito aos direitos humanos das trabalhadoras domésticas e não podemos deixar que isso ocorra”, disse Concita.
Vários deputados deram suas declarações e reconheceram a necessidade de fortalecimento da categoria. “Nós esperamos que o dia 27 não fique só na comemoração. Esperamos que nossos deputados lutem por nós e nos ajudem a ter nossos direitos, como o FGTS, garantidos”, comentou a presidente do Sindomésticos.
“E nós estamos atentas a todas essas questões. Vamos lutar lado a lado para que essa conquista não seja só das trabalhadoras domésticas, mas do nosso Estado”, concluiu Concita Maia.