Encontro será realizado no Acre entre 15 e 19 deste mês
Com o objetivo de promover um balanço das experiências de mapeamentos participativos e de gestão territorial conduzidas na Amazônia Brasileira e hispânica, o Seminário Internacional: Mapeamentos Participativos e Gestão de Territórios Indígenas na Amazônia pretende reunir entre os dias 15 e 19 deste mês representantes do movimento indígena, da sociedade civil e de governos do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Inglesa e Guiana Francesa em Rio Branco, para discutir essa agenda. O estado da arte e os aprendizados das iniciativas, bem como abordagens, conceitos e metodologias empregadas avaliando suas repercussões para a garantia do bem-estar e da autonomia dos povos indígenas, são questões que deverão ser abordadas no encontro.
O seminário é uma iniciativa de um amplo conjunto de organizações indígenas e não-indígenas da Amazônia. O comitê executivo do evento é composto pela Comissão Pró-Indio do Acre (CPI Acre) e o Governo do Estado do Acre, por meio da Assessoria Especial dos Povos Indígenas (AEPI), e de Meio Ambiente (SEMA) e pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). A atual conjuntura socioambiental dos povos e territórios indígenas nos países que partilham o bioma Amazônia tem características semelhantes: os movimentos indígenas amazônicos vivem hoje a transição da exclusiva luta pela terra para a consolidação do controle territorial. Por um lado demandam reconhecimento, visibilidade e respeito para suas práticas e saberes associados ao manejo de recursos naturais e, por outro, buscam ampliar habilidades para lidar com os desafios da gestão territorial. Para debater o impacto desses desafios, à escala da Amazônia, é indispensável trocar experiências e conhecimentos entre os povos indígenas e as políticas públicas desenvolvidas em cada país.
Durante o encontro, representantes de associações indígenas e técnicos de organizações parceiras irão apresentar conceitos e metodologias empregados nos processos de gestão territorial indígena nos diferentes países. O debate pretende promover um avanço na agenda da autonomia dos povos indígenas na gestão de seus territórios. A proposta é também contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas, que devem ter como eixo principal a garantia da titularidade e a integridade dos territórios indígenas na Amazônia.
Um dos pontos altos da programação é a Feira de Exposição de Experiências. A atividade, que acontece no Centro de Formação dos Povos da Floresta, é um espaço para que os participantes troquem informações, materiais e produtos relacionados aos conhecimentos acumulados de cada país.