Pioneirismo do Acre em gestão territorial e mapeamento participativo é um dos destaques do evento
De 15 a 19 de novembro, Rio Branco será palco do Seminário Internacional Amazônia Indígena, um evento organizado por 29 instituições de 9 países da América do Sul, com o objetivo de discutir e realizar um balanço das experiências de mapeamentos participativos e de gestão territorial conduzidas na Amazônia Brasileira e hispânica. O seminário acontece em dois momentos, até o dia 17 na Usina de Arte, passando depois para o Centro de Formação dos Povos da Floresta.
Henyo Barreto, diretor acadêmico do Instituto Internacional de Educação do Brasil, explica que o seminário “permite a troca de experiências indígenas na gestão territorial e ambiental em toda a Amazônia”. Até amanhã, representes vindos da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Inglesa e Guiana Francesa farão 22 apresentações sobre ações políticas e sociais em defesa dos povos indígenas.
Já a Feira de Exposição de Experiências, que acontece no Centro de Formação dos Povos da Floresta, é um espaço para que os participantes passem a trocar informações mais diretamente, além de materiais e produtos relacionados aos conhecimentos acumulados de cada país envolvido. Eles serão divididos em grupos de trabalho e terão uma mesa redonda. No encerramento, uma plenária será realizada para juntar todos os encaminhamentos do seminário.
“Estamos discutindo como lidar como os povos indígenas devem lidar com seus recursos naturais, como trabalhar suas riquezas, como lidar com as pressões dos exploradores”, comenta Henyo Barreto. O evento conta com cerca de 120 participantes, entre representantes do governo estadual e federal brasileiro, instituições indígenas e organizações pró-índio.
Exemplo acreano
Durante o seminário, o Pioneirismo do Acre em gestão territorial e mapeamento participativo será um dos destaques. Desde 1999 que os povos do Acre tiveram seus mapas territoriais incluídos nas políticas públicas de governo. Hoje o Acre tem mapeadas 35 Terras Indígenas com população de, aproximadamente, 18 mil pessoas distribuídas entre 180 aldeias existentes em várias regiões ao longo dos rios. Com essa identificação, várias políticas de estado são desenvolvidas aos povos indígenas e são adequados às suas culturas.
Representando o Governo do Estado, o indígena da etnia Ashaninka, Francisco Piyãko, Assessor Especial dos Povos Indígenas do Acre, disse “o Acre ter sido escolhido para sediar esse evento já é uma prova da importância dos trabalhos sobre os povos indígenas desenvolvidos no estado”. Piyãko também reforça como as unidades de conservação indígenas se esforçam para manter seus princípios de sustentabilidade, sobre um projeto de longa data bastante reconhecido. “Agora ressaltamos a importância de mostrar nossas ações que deram certo no Acre e conhecer outras experiências realizadas em outros países”, explica Francisco Piyãko.