Seminário alerta sobre a suscetibilidade da floresta ao fogo

Professor Foster Brown fala da preocupação com os eventos extremos como secas e inundações

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A organização não-governamental SOS Amazônia realiza nesta terça-feira, 19, em Cruzeiro do Sul, o Seminário Gestão de Recursos Hídricos e Mudanças Climáticas (Foto: Onofre Brito)

A organização não-governamental SOS Amazônia realiza nesta terça-feira, 19, nas dependências do Ceflora, o Seminário Gestão de Recursos Hídricos e Mudanças Climáticas. O objetivo é socializar os conhecimentos sobre a suscetibilidade das florestas ao fogo. Com participação de estudantes do curso técnico de "Controle Ambiental" do Instituto Federal do Acre (Ifac), órgãos do governo – inclusive o Corpo de Bombeiros -, secretarias municipais de Meio Ambiente de Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, Ministério Público Estadual e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), o seminário está direcionado a elaborar subsídios que apoiem os atores locais na prevenção de queimadas.

Segundo Vangela do Nascimento, executiva ambiental da SOS Amazônia, o seminário faz parte do Consórcio Manejo Ambiental de Bacias e Estradas (Mabe). Ela explica que esse projeto vem sendo desenvolvido desde 2008 e o foco dele é justamente preparar os atores locais para saber lidar com as questões das mudanças climáticas, envolvendo ainda o planejamento integrado da gestão dos recursos naturais no Vale do Juruá.

Convidado especial para o seminário, o professor da Ufac Foster Brown, integrante da Comissão Estadual de Gestão de Risco, proferiu palestra sobre o tema principal. Ele conta que há uma preocupação com relação aos eventos extremos, que estão ficando cada vez mais frequentes, sejam secas prolongadas ou inundações.

“Como cientista, eu não posso dizer que não há um grande componente natural. Mas a variação que a gente está vendo é consistente com o acúmulo de gases na atmosfera e potencialmente o desmatamento em várias áreas da Amazônia. Nós vimos na seca de 2005 que grande parte da floresta pode queimar. Em 2010, aqui na parte oeste, onde se pensava que não queimaria, houve relatos de floresta queimando. É possível mesmo aqui, na parte oeste do Acre, que a floresta fique suscetível ao fogo. Se tivermos uma seca mais prolongada ainda, a floresta correrá um sério perigo”, disse.

A estudante de Controle Ambiental no Ifac Mara Rodrigues conta que seu interesse como estudante na área é conhecer mais sobre as mudanças climáticas. “As pessoas não sabem realmente o que é o aquecimento global, que embora possa ser em parte um fenômeno natural também é provocado pelo excesso de poluentes, por ações que o homem vem realizando em relação ao meio ambiente e pela liberação de CO2 na atmosfera.”

Controle de queimadas

O major Moisés, comandante do Corpo de Bombeiros e coordenador da Defesa Civil em Cruzeiro do Sul, está com a missão de evitar queimadas urbanas e participa do seminário para saber mais sobre o assunto. Ele conta que no dia 11 de julho foi iniciado o trabalho de prevenção, que deve se estender até outubro. Desde então o Corpo de Bombeiros já recebeu muitas chamadas. “Como agora terminou o período de chuva e está  começando o de estiagem, a gente sabe que as queimadas começam de maneira meio tímida. Fica nosso apelo à população para não queimar, evitando assim o surgimento de doenças respiratórias.”

Ele faz um apelo: “Liguem para o 193 se virem algum foco de incêndio, seja em quintais ou em terrenos baldios”.

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