Semana Chico Mendes reúne seringueiros em Rio Branco

Troca de experiências sobre o modo de vida dos extrativistas e seminário do Projeto Seringueiro valorizam a cultura e a história do homem da floresta

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Jovens aprendem com extrativistas o modo de vida da floresta (Fotos: Angela Peres/Secom)

As histórias e os modos de vida dos seringueiros e extrativistas contadas por eles mesmos. Assim pode ser definida a atividade Vida da Floresta – Diálogos com os Seringueiros que integra a Semana Chico Mendes. Representantes de várias colocações da Reserva Extrativista Chico Mendes estiveram reunidos na Biblioteca da Floresta para contar um pouco da rotina das pessoas que vivem em harmonia com a natureza.

Entre os assuntos em destaque durante os relatos está as experiências nas áreas de manejo de recursos florestais, como a madeira, copaíba, jatobá e sementes. Além da melhoria de ramais e do preço pago pela borracha. De acordo com o coordenador da Biblioteca da Floresta, Edgar de Deus, a proposta é promover a troca de experiências entre seringueiros, além de evidenciar as formas de vida das pessoas que moram na floresta. “A ideia é reunir a comunidade para que eles mesmos possam falar dos avanços e dos desafios”.

Edmar Paulino mora na Reserva Extrativista Chico Mendes, ele é um dos personagens do vídeo Minha Vida na Floresta produzido pela TV Aldeia em parceria com a Biblioteca da Floresta. Ele conta que o trabalho de extrativismo está alcançando resultados satisfatórios, como o aumento do preço pago pela borracha, depois da implantação da fábrica de preservativos masculinos, e também do valor pago pela castanha. “É sim possível viver na floresta sem desmatar, as pessoas precisam a aprender a conviver com a floresta”.

A propriedade de Edmar é um exemplo de produção sustentável. Ele tem investido na implantação de Sistemas Agroflorestais, e comera os resultados. “Já estou já nove anos sem derrubar. Tenho na minha área mais de 40 espécies das mais variadas”.

Outra experiência compartilhada entre os seringueiros foi a de Raimundo Mendes, que destacou a importância na educação na zona rural. “Hoje temos a oportunidade de ver nossos filhos estudando dentro dos seringais. Outra questão importante é a questão da melhoria dos ramais, ainda temos muitos problemas, mas as distâncias já foram encurtadas”.

Seminário Projeto Seringueiro: Nos Varadouros da Educação

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Jovens conhecem mais sobre a história de Chico Mendes e Projeto Seringueiro (Foto: Angela Peres/Secom)

O Projeto Seringueiro irá render mais um fruto em 2010. O protótipo de uma publicação infantil escrita pelos alunos foi apresentado durante a realização do seminário Projeto Seringueiro: Nos Varadouros da Educação realizado na manhã desta quarta-feira na Biblioteca da Floresta.

Com o título “Os mistérios da floresta – baú de histórias”, o livro reúne 48 textos produzidos por alunos da zona rural. A professora Edileuda Francisca Chavier explica que antes da elaboração das redações os alunos fizeram um trabalho de pesquisa e resgate de histórias antigas das comunidades. “É gratificante acompanhar a satisfação de nossos alunos em ver a valorização do que está sendo produzido na escola”.

O Projeto Seringueiro é pioneiro em educação na zona rural, e já possibilitou a alfabetização de milhares de pessoas que moram nos seringais. Entre os resultados estão a formação de lideranças, professores, sindicalistas e gestores. “Como o Projeto nasceu de uma ideia defendida por Chico Mendes, de que era necessário levar educação para dentro dos seringais, é justo que os resultados sejam comemorados durante a Semana Chico Mendes”, destacou a técnica em educação do Projeto, Vânia Regina da Silva.

 

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