No último fim de semana, a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, visitou unidades de saúde de Assis Brasil, Brasileia e Xapuri. A visita teve como objetivo verificar as instalações e necessidades das unidades e saber como está a assistência às vítimas da enchente.
Suely aproveitou para falar do Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS), que recentemente mediu os indicadores do atendimento do SUS no Brasil para verificar como estão a infraestrutura e a qualidade dos serviços ofertados à população. Ela ressaltou que, mesmo com todas as dificuldades, os indicadores são bons, pois colocaram o Acre com pontuação de 5,44 – o índice do Brasil é equivalente a 5,47.
Em todas as visitas, ela falou sobre os novos projetos do governo que serão levados para os municípios. Um deles é o de saúde bucal, em regime de mutirão. A meta é atender 100% das pessoas acima de 50 anos que precisam de obturação e colocação de prótese. Segundo a secretária, o Ministério da Saúde já acenou para o financiamento das próteses.
O outro diz respeito ao projeto de rastreamento de colo do útero e de mama para mulheres acima de 49 anos. “Esses projetos vão ter um impacto muito grande, assim como o Cuidando dos Seus Olhos”, disse a secretária Suely Melo.
Na Unidade Mista de Assis Brasil, Suely Melo foi recebida pela secretária municipal de saúde, Ana Cunha Nascimento, prefeita Maria Eliane Gadelha e pelo diretor da unidade, Carlinhos Carius. Não há mais desabrigados pela enchente no município, mas a população indígena é grande (17 aldeias). A preocupação agora é imunizá-los contra as doenças ocasionadas pelo contato com água suja.
Em Brasileia, a conversa no Hospital Raimundo Chaar foi marcada por momentos de muita emoção por causa da devastação que assolou o município com a enchente. A diretora Leonice Bronzeado, a prefeita Leila Galvão, funcionários e o vereador Antônio Francisco relataram momentos difíceis. Uma das funcionárias chorou ao relatar a ausência de colegas de trabalho que não conseguiam chegar à unidade, ou porque a água não permitia ou porque também estavam com as casas alagadas. Alguns dos 14 funcionários vítimas da alagação ficaram só com a roupa do corpo.
“Essa enchente pegou a população de surpresa, ninguém esperava essa intensidade. Eu cheguei a entrar de barco na prefeitura”, disse a prefeita.
No município ainda há 70 famílias vivendo em nove abrigos sem previsão para sair, e segundo Leila Galvão, 188 famílias que estão em casa de familiares e amigos precisam do aluguel social, mas não há imóveis disponíveis na cidade para alugar.
Com relação à vigilância em saúde, 99% dos bairros já foram visitados. A vigilância sanitária vai fazer uma fiscalização intensa no comércio para não permitir que produtos que tenham sido molhados sejam comercializados. Vacinas antirrábicas e kits de limpeza também foram disponibilizados. Não foi constatada incidência de doenças diarreicas nos abrigos, e além da vigilância sanitária e vigilância epidemiológica, a secretaria de Estado de Saúde vai enviar psicólogos para atenderem nos abrigos. “Essa é a hora do conforto, da assistência social, porque as pessoas estão muito fragilizadas, muitos perderam tudo”, disse a secretária Suely Melo.
“O governo está tendo um carinho muito grande com o povo de Brasileia, e a reação imediata foi fundamental para que essa tragédia não fosse maior”, disse o vereador Antônio Francisco.
Durante a reunião, Suely Melo falou da nova construção do hospital de Brasileia. “Aqui é uma regional de saúde, e eu e o governador queremos que seja um hospital de ponta, com toda a estrutura”, garantiu a secretária.
Já em Xapuri, a situação pareceu mais tranquila. Apesar das áreas alagadas no município e de ficar à beira do rio, o Hospital Epaminondas Jácome não foi atingido, mas já há suspeitas de casos de hepatite A, devido ao contato das pessoas com água suja.
A boa notícia que a secretária levou é a construção do novo hospital, que já está na planta. Enquanto isso não acontece, serão realizadas pequenas reformas e compra de novos equipamentos: macas, armários, mesas, suporte de soro, colchão.
O hospital já recebeu respirador, oxímetro de pulso e desfribilador, e há previsão para receber mais uma ambulância, segundo a secretária, que foi a Brasília pedir a liberação de mais 14 para o Estado.
Suely Melo pretende visitar todos os municípios até o fim de março: “Não há nada melhor do que ver de perto a situação e sentir as necessidades reais para dar encaminhamento às ações.”