Por Agnes Cavalcante e Luana Lima
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), realizou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 18, no auditório da instituição para apresentar dois importantes planos voltados para o enfrentamento de desafios na área de saúde no estado. O evento abordou o Plano de Contingência contra Arboviroses e a expansão da capacidade de leitos de UTI.
Na oportunidade, o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, acompanhado do chefe da Vigilância em Saúde da Sesacre, Edvan Meneses, e do chefe de Regulação da Sesacre, Fernando de Abreu, esclareceu os atuais desafios da gestão, além de informar a população sobre os próximos passos para o enfrentamento às arboviroses, como dengue, zika, chikungunya, oropouche e febre mayaro.
Expansão de Leitos de UTI
De acordo com Pedro Pascoal, a expansão dos leitos é um processo natural feito conforme demanda e, portanto, já era planejada pela gestão. Atualmente, o Acre conta com 67 leitos de UTI adulto e 75 leitos de UTI infantil, distribuídos em diversas unidades de saúde.
Equipes técnicas da Sesacre, da Fundação Hospital Estadual Acre (Fundhacre) e Casa Civil estão trabalhando conjuntamente para solucionar essa questão. As internações registradas são decorrentes de emergências clínicas, acidentes, traumas e pós-cirúrgicos.
“São 10 leitos que eram da Fundação e serão transferidos para onde funciona o Into e serão ampliados mais oito leitos. Além disso, seis novos leitos serão instalados dentro da fundação”, explicou.
Para concretizar a expansão das vagas, as equipes estão trabalhando para realizar as reformas necessárias, além de fornecer os equipamentos, recursos humanos e a logística necessária.
Plano de Contingência contra Arboviroses
O atual cenário epidemiológico do Acre tem sido marcado pela disseminação do Aedes aegypti em todas as regiões, com altas incidências em diversos municípios. Em resposta a essa situação as áreas técnicas da Sesacre, com apoio do Departamento de Vigilância em Saúde, elaboraram um Plano de Contingência abrangente.
Na primeira semana de 2024 foram registrados 670 casos prováveis e 37 casos confirmados de Dengue. Chikungunya teve 4 casos prováveis e nenhum confirmado. Já a Zika não teve nenhuma informação registrada. Foram registrados 118 casos de Oropouche. A Febre Mayaro não teve nenhum registro.
O plano envolve ações preventivas, profiláticas e assistenciais para lidar com as arboviroses transmitidas pelo vetor, com foco especial na dengue. As unidades básicas de saúde, unidades da Estratégia Saúde da Família e equipes de agentes comunitários de saúde desempenharão um papel crucial na identificação, notificação, assistência médica e de enfermagem a todos os casos suspeitos.
Além disso, a rede básica terá a responsabilidade de desenvolver ações educativas em saúde, visando modificar os hábitos de vida da população e manter os ambientes domésticos livres da presença do Aedes aegypti. O Plano de Contingência será ativado caso a taxa de incidência ultrapasse os limites esperados, utilizando ferramentas como o “diagrama de controle” e a “curva epidêmica”.
Além das ações de governo, desenvolvidas com apoio das prefeituras, a consciência da população é indispensável, logo, o secretário de Saúde aproveitou a oportunidade para fazer um apelo à população.
“O principal aliado da prevenção à dengue é a população. Por isso, é importante que as pessoas tomem consciência de que locais que acumulam água são locais de proliferação do mosquito. É preciso observar todos os locais que possam acumular água”, pontuou Pedro Pascoal.
Devido ao comportamento sazonal das arboviroses, o monitoramento intensivo é implementado entre outubro e maio. O Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial coordenará o monitoramento em áreas vulneráveis.
Observatório em Saúde
Durante a coletiva, também foi anunciado o Observatório da Saúde, por meio do qual a população poderá acompanhar diariamente a situação da saúde. “O Observatório da Saúde é um instrumento para que a população consulte informações sobre leitos clínicos, casos de síndrome gripal, rios e qualidade do ar e casos de dengue. É uma forma de promovermos mais transparência da nossa saúde”, explicou Edvan Meneses, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde.