“A nossa vida é a água, tanto para nós, quanto para os animais”, disse José Macedo, líder indígena do Povo Arara do Rio Amônia e agente agroflorestal, em encontro realizado pela Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas (Sepi), na terça-feira, 27, em Marechal Thaumaturgo.
Para ouvir lideranças e providenciar ajuda emergencial em meio à seca severa que o estado enfrenta, o governo do Acre enviou nesta semana, a Marechal Thaumaturgo e Jordão (isolados pelas vias terrestre e fluvial), bem como a Tarauacá, o Gabinete de Crise, com a titular da Sepi, Francisca Arara, a fim de reunir lideranças indígenas.
De acordo com a secretária Francisca Arara, a visita foi importante, pois as aldeias estão entre as partes mais afetadas pela seca severa. “Viemos pessoalmente ouvir as solicitações das lideranças indígenas desses municípios, para em seguida atender as demandas emergenciais”, afirmou.
As lideranças indígenas solicitaram a construção de cacimbas e poços, filtros, cloro e o fornecimento de cestas básicas. Essas primeiras demandas serão atendidas pelo governo do Estado, a fim de garantir água potável e segurança alimentar para os povos da floresta.
Há menos de seis meses, o Acre passava por uma das maiores alagações de sua história. Atualmente, o estado atravessa uma seca severa e crise hídrica, que tem destruído plantações e prejudicado a navegação nos rios.
Preocupado com o nível dos mananciais, o líder indígena Raimundo da Silva, do Povo Jaminawa Arara do Rio Bajé e coordenador pedagógico do Núcleo de Educação Indígena, disse: “Todos precisam entender que temos que cuidar da Amazônia, dos nossos rios”.
