Secretaria de Pequenos Negócios melhora a vida de famílias cruzeirenses

Cristiane Ferreira Araújo participou de capacitação oferecida pelo Governo do Estado (Foto: Onofre Brito)

Cristiane Ferreira Araújo participou de capacitação oferecida pelo governo do Estado (Foto: Onofre Brito)

A jovem Cristiane Ferreira Araújo chegou a Cruzeiro do Sul aos sete anos proveniente do Amazonas. Desde cedo gostava de mexer com cabelo – até fazia alisamento, escova e prancha. Também já tinha feito um curso de manicura e fazia pequenos trabalhos. Foi então que descobriu que no Ceflora estava sendo realizado um curso patrocinado pelo governo do Estado. “Fui atrás, mas quando cheguei lá não havia mais vagas”, lembra. Foi então que ela insistiu: “Dá um jeitinho, abre mais uma vaga!”.

A pessoa que a atendeu lhe disse então para deixar o telefone que se surgisse alguma novidade a avisaria. E não é que telefonou mesmo? Disse que Cristiane se apresentasse às 18 horas no Ceflora para o início do curso. Feito o curso, Cristiane ainda trabalhou algum tempo de sócia com uma colega, mas o que queria mesmo era ter seu próprio salão.

Apesar do apoio que recebera da SEPN, que lhe deu um lavatório, a prancha, o secador, máquina de cortar, espelho e cadeira de corte, ainda faltava capital para montar o salão. Quis a sorte que Cristiane comprasse um bilhete de um bingo de uma moto e fosse sorteada. Vendeu o veículo e conseguiu o capital suficiente. O pai lhe cedeu o espaço, localizado no centro da cidade, e ela entrou em atividade há menos de duas semanas.

“Hoje tenho essa sensação boa de contar com meu próprio negócio. Por enquanto ainda tem pouco cliente, mas está bom. Ainda falta o marketing, colocar uma placa… Em breve vai estar lotado”, disse. Cristiane salienta o apoio recebido com o curso e os equipamentos. “Foi uma grande ajuda: uma das partes mais caras do salão é a montagem dos equipamentos.”

SEPN atuante

A secretária adjunta da SEPN, Silvia Monteiro (D), explica que depois de proporcionar o curso e doar os equipamentos, a secretaria ainda acompanha o beneficiado por dois anos (Foto: Onofre Brito)

A secretária adjunta da SEPN, Silvia Monteiro (D), explica que depois de proporcionar o curso e doar os equipamentos, a secretaria ainda acompanha o beneficiado por dois anos (Foto: Onofre Brito)

A SEPN já entregou centenas de equipamentos em Cruzeiro do Sul, e em parceria com o Instituto Dom Moacyr, através do Ceflora, capacitou centenas de pessoas para gerirem seus pequenos negócios. A secretária adjunta da SEPN, Silvia Monteiro, explica que depois de proporcionar o curso e doar os equipamentos, a secretaria ainda acompanha o beneficiado por dois anos, num processo denominado incubação.

Silvia visitou várias pessoas entre os beneficiados, procurando saber o estado em que se encontram os pequenos negócios. Ela pôde detectar que muita gente está satisfeita, melhorando sua qualidade de vida. Na segunda-feira, 20, à noite, ela participou da abertura de um curso de gestão para o pequeno negócio, realizado em parceria com o Sebrae, que visa exatamente o sucesso do pequeno negócio. Cerca de 150 pessoas atendidas pela SEPN estão fazendo a capacitação.

Meu carrinho, minha vida!

A senhora Raimunda Lorentina da Silva mora no bairro da Lagoa, um dos mais carentes de Cruzeiro do Sul (Foto: Onofre Brito)

A senhora Raimunda Lorentina da Silva mora no bairro da Lagoa, um dos mais carentes de Cruzeiro do Sul (Foto: Onofre Brito)

Raimunda Lorentina da Silva mora no bairro da Lagoa, um dos mais carentes de Cruzeiro do Sul. Teve 14 filhos e ainda cria três netos. “Dou sustento para todos eles”, disse. Ela já trabalhava fazendo “merenda”, como se expressam os cruzeirenses ao se referirem aos salgadinhos e lanches diversos.

Foi então que no primeiro trabalho da SEPN em Cruzeiro do Sul ela foi identificada como possível beneficiária dos programas do governo do Estado. Ganhou um carrinho de lanches e por ora está trabalhando apenas com os churrasquinhos. Ela sai de casa com o carrinho e leva seus churrasquinhos para a área de desembarque no Rio Juruá e chega a faturar R$ 150 por dia. Raimunda ainda não iniciou a venda de outros tipos de salgadinhos, mas em breve pretende fazê-lo, com o que espera aumentar ainda mais seu faturamento.

“Estou muito feliz. Nunca tinha feito um curso na minha vida. E ainda ganhei um carrinho. Meu carrinho é minha vida. Quando o governador vier aqui vou lhe dar um churrasquinho para ele ver como é gostoso”, promete.

 Elane Araújo da Silva mora no bairro Remanso, com três filhos e o marido que é pescador (Foto: Onofre Brito)

Elane Araújo da Silva mora no bairro Remanso, com três filhos e o marido, que é pescador (Foto: Onofre Brito)

Elane Araújo da Silva mora no bairro Remanso, com três filhos e o marido, pescador. Ao lado da casa, ele está construindo um anexo. “É meu salão. Estamos construindo, espero dentro de uma ou duas semanas já estar lá trabalhando”, diz. Ela ficou sabendo do curso no Ceflora através do presidente do bairro. Uma das estratégias da SEPN foi exatamente identificar os potenciais beneficiários através de parcerias com as associações de moradores.

Elane informa que trabalha mais no fim de semana, mas já fatura algo em torno de R$ 1.500 por mês fazendo corte, pintura e selagem. Ela agradeceu ao governador Tião Viana pelo apoio e deixou uma mensagem para quem está começando: “Coragem e fé, que um dia a gente alcança”.

Ederlane Gomes também é moradora do bairro do Remanso, onde mora com as duas filhas. Ela trabalha com manicura e conta que pegou mais clientela depois que entrou no programa da SEPN, chegando a faturar R$ 600 por mês. “Agora estou sabendo como administrar o dinheiro, a entrada e saída, tudo. Tenho mais que agradecer pelos equipamentos que ganhei.”

Um sonho: costurar em casa

 A costureira Francisca da Costa Silva é casada, tem quatro filhos e mora no bairro da Lagoa (Foto: Onofre Brito)

A costureira Francisca da Costa Silva é casada, tem quatro filhos e mora no bairro da Lagoa (Foto: Onofre Brito)

A costureira Francisca da Costa Silva é casada, tem quatro filhos e mora no bairro da Lagoa. Ela conta que desde os 12 anos tinha o sonho de costurar em casa, o que conseguiu depois que entrou no programa da SEPN e ganhou uma máquina de costura, além de outros equipamentos. Ela trabalhava fora, mas esclarece que não tinha a carteira assinada. Foi quando um agente de saúde passou em sua casa e lhe avisou do curso no Ceflora.

Antes mesmo de terminar o curso ela já recebeu o equipamento e começou a trabalhar. Faz de tudo – vestido, calça social, blusa, camisa e fardamento. No primeiro mês, já abandonou o trabalho fora, e se concentrando em sua costura faturou cerca de um salário mínimo. No mês seguinte ultrapassou, faturando cerca de R$ 800.

“Não me arrependi de forma nenhuma de ter feito essa parceria com o governo. Adorei o curso, que aumentou meus conhecimentos, e os equipamentos, que me possibilitaram trabalhar em casa”, disse.

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