Agricultores aprendem a técnica de coleta de oleaginosas por escalada e produção de fitocosméticos
A Secretaria de Estado de Pequenos Negócios encerrou dois cursos voltados para geração de renda, com utilização de matéria-prima da região, em Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima. Com duração de três dias, o curso Boas Técnicas de Coleta de Oleaginosas habilitou os participantes a colherem a matéria-prima em árvores da floresta, de maneira segura. O condutor do curso é Edilson Consuelo de Oliveira, mateiro, identificador botânico, com 15 anos de experiência em escalada com rapel e com uso de espora.
Já o curso demonstrativo de produção de fitocosméticos e extração de óleo de buriti durou um dia, sob direção da farmacêutica Silvia Luciane Basso, coordenadora do Laboratório de Produtos Naturais, da Funtac, com participação de Manoel Bezerra, tradicional fabricante artesanal de produtos cosméticos. Ele ensinou a fazer produtos básicos com utilização de matéria-prima regional. Assim, os participantes aprenderam a fabricar sabão, sabonete, xampu, repelente utilizando açaí, patauá e buriti e ainda o óleo trifásico de buriti, que é um produto hidratante. Também foi ensinada a técnica de fazer sabão com sebo de animal e óleo reciclado.
Comunidades se animam com atenção do governo
Os 11 participantes de Mâncio Lima pertencem à Cooperfrutos. Os 23 participantes de Cruzeiro do Sul são de comunidades espalhadas ao longo do Ramal 3 do Projeto Santa Luzia: Sociedade Agrícola do Igarapé Branco, Associação União dos Ramais, Associação dos Pequenos Produtores da Comunidade São José e Associação do Ramal União, da Gleba Jamil.
O presidente da Sociedade Agrícola do Igarapé Branco, Darci dos Santos, ficou entusiasmado com o apoio vindo do governo. “Trazer esse curso para a comunidade foi a coisa mais importante que o governo poderia fazer pela gente. Vai mudar a vida da comunidade, a começar da união na confecção do sabão, na extração de óleo e na escalada para colher a matéria-prima para fazer o trabalho. Todas as quatro comunidades envolvidas estão agradecidas de terem recebido esse apoio. A continuidade agora depende da gente. O governo está dando e a gente não pode deixar cair no chão”, expressou.
A novidade no curso de escalada é que não apenas os homens se habilitaram, mas também mulheres. As agricultoras Maria Luzilene da Silva e Maria Railda Lopes Ramos não se intimidaram e fizeram o curso. Acostumadas à vida junto à floresta, elas aprenderam a subir em árvores com uso da espora. “Com os equipamentos temos segurança, o que nos deixa confiantes”, disse Maria Luzilene.
Ação a muitas mãos
A secretária adjunta da Sepen, Silvia Monteiro, conta que no momento a secretaria está fomentando e potencializando uma atividade com o qual as pessoas da região já convivem. Segundo ela, muitos já trabalham artesanalmente com os produtos das palheiras da região e já faz parte de seu dia-a-dia a coleta de açaí, buriti e patauá. Na continuidade, a Sepen está providenciando, através de um projeto, equipamentos que vão estruturar as comunidades.
Silvia informou ainda que a ação da Sepen contou com a parceria da Secretaria da Floresta (Sefe), Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Instituto Dom Moacyr (IDM), Secretaria de Agricultura e Pecuária (SEAP) e Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). Ela destaca também a participação do promotor Leonardo dos Santos que manteve contato com a Sepen e solicicitou os cursos para o Ramal 3.
“A meta do governador Tião Viana e do secretário José Carlos Reis [Pequenos Negócios] é de que a gente esteja presente nas comunidades mais distantes e que oportunizemos meios de geração de renda”, disse Silvia.