O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), tem realizado atividades de conscientização para estudantes do ensino fundamental II e médio, em instituições de Rio Branco, tanto com o projeto “Papo reto: combatendo a violência contra mulheres e meninas negras”, quanto com as palestras da campanha Feminicídio Zero. Nesta segunda-feira, 24, foram visitadas as escolas Zuleide Pereira, na Vila Acre, e João Batista Aguiar, no bairro Manoel Julião.
O Papo Reto tem por objetivo trabalhar com jovens e adolescentes a temática que envolve gênero e etnia, assim como violência contra mulher e assuntos relativos, com um recorte voltado para mulheres negras, de modo a conscientizar e prevenir práticas de discriminação. Já a campanha do Feminicídio Zero se tornou permanente na Semulher desde o Agosto Lilás, quando as informações sobre violência contra mulher e as ações da pasta foram massificadas para a população dos 22 municípios do estado.
“Esse diálogo com os jovens é fundamental para que compreendam as estruturas de discriminação e as diversas formas de opressão que ainda persistem em nossa sociedade. Precisamos formar uma geração mais consciente e engajada na luta pela equidade”, afirmou a chefe da Divisão de Diversidade Étnica Racial da Semulher, Silvania Oliveira.
O professor de física da Escola João Batista Aguiar, Allan Galvão, considera muito importante a iniciativa, diante da necessidade de enfrentar a violência, e também salientou que, em alguns casos, os adolescentes não recebem esse tipo de orientação no âmbito familiar.
“Recebemos a Secretaria da Mulher no nosso colégio e o objetivo desse projeto é falar sobre a violência contra a mulher e outras questões. Acho muito relevante esse tema, principalmente tendo em vista os índices do nosso estado em relação ao feminicídio. Conscientizar, educar e orientar é essencial porque, muitas vezes, os alunos não recebem essa orientação em casa, da família, e aí essas informações servem para elucidar nossos jovens”, observou.
A assistente social do Departamento de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher da Semulher, Jocélia Cruz, ressaltou que “desenvolver esse assunto com adolescentes é uma maneira de prevenção. É importante tanto para as meninas, que desde cedo podem aprender a reconhecer os tipos de violência, reconhecer seus direitos e a como procurar ajuda, quanto para os meninos, para não serem os agressores e sim dar suportes às meninas”.
As palestras foram encerradas com momentos de interação entre a equipe e os alunos, em que os estudantes puderam falar de suas vivências e questões e dúvidas foram debatidas de forma aberta, gerando reflexões.