Projeto visa atender a demanda de produtos hortícolas da região
Desde 2008, o Sebrae, em parceria com a Secretaria de Estado de Produção Familiar (Seaprof), vem executando um projeto de produção de tomates em estufas no Vale do Juruá com 15 famílias. O projeto termina este ano, mas já estão surgindo boas notícias quanto à continuidade das ações, tanto por parte do Sebrae quanto do Governo do Estado, e que visa a médio prazo tornar o Juruá independente de importação de tomate e outros produtos hortícolas, agregando novos produtores ao processo.
Em ‘dia de campo’ realizado na propriedade do trabalhador rural e um dos beneficiários do projeto, Francisco Raimundo Alves Muniz (Negão), o gerente da Seaprof em Mâncio Lima, Uhalassy Bandeira, anunciou que dentro do Programa Pró- Florestania, o Governo do Estado está lançando um projeto para construção de 25 casas de vegetação, com medidas de 8m X 50m que virá beneficiar 25 famílias de horticultores. O projeto segundo Uhalassy visa consolidar a cadeia produtiva da horticultura.
A técnica do Sebrae, gestora do projeto, Lívia Cordeiro, lembra que o projeto está sendo finalizado este ano mas a ideia é fazer um novo. Ela conta que já está sendo consolidada uma parceria com a prefeitura de Rodrigues Alves, trabalhando com novos produtores, sempre procurando o desenvolvimento da horticultura no Vale do Juruá.
A gerente do Sebrae Regional, Laís Mappes, pondera que o custo dos hortifrutigranjeiros é um item importante para o alto custo de vida no vale do Juruá e a parceria que se desenvolve entre o Sebrae, Seaprof, Embrapa, Ufac visa incentivar os produtores da região. "O que se dizia é que o tomate não era cultivável em nossa região; nosso projeto já vem há um ano produzindo na região. A demanda é grande e precisamos que os produtores realmente acreditem", disse.
Dia de Campo
O dia de campo reuniu técnicos do Sebrae, da Seaprof, produtores da região e alunos do curso de Agronomia da UFAC. Uhalassy falou sobre o projeto de estufas do Pró- Florestania, a consultora do Sebrae, Jani Erdmann Tolosa falou sobre as técnicas no cultivo do tomate e Lívia expôs o projeto do Sebrae. O engenheiro agrônomo e professor da UFAC Josimar Batista Ferreira, especialista em fitopatologia (doenças de plantas), conta que a UFAC participa do projeto desde o início e aproveitou a oportunidade do dia de campo para trazer os alunos do 4º período do curso de Agronomia para que eles vivenciem e tenham noção das dificuldades dos horticultores da região. "É importante inserir os alunos nesse contexto para eles se familiarizarem com as práticas e as dificuldades do ramo e isto vai enriquecer muito a formação destes alunos" – disse. Ele lembrou que daqui a três anos será a formatura da primeira turma do curso: "Teremos então a primeira turma de agrônomos formados aqui, filhos da terra. São eles que vão conduzir os futuros projetos e por isso esta experiência é ótima para sua formação".
Um dos acadêmicos, Paulo Bandeira, também está iniciando atividades como horticultor. Ele disse que o dia de campo para ele foi ótimo, pois aprendeu várias técnicas como a semeadura em bandejas, a poda, a amarração do pé do tomate, sustentando os dois galhos, o enfrentamento às pragas, etc. "Tenho uma pequena área – disse – e estou começando agora. Este aprendizado é muito útil para mim. Quero me formar e continuar nesta atividade".