Em celebração ao Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, comemorado na terça-feira, 30, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), realizou no mês de julho a campanha Coração Azul no estado.
“Coração Azul” é uma campanha internacional do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), que busca conscientizar sobre o problema e inspirar aqueles que detêm poder de decisão a promover as mudanças necessárias para acabar com esse crime.
O símbolo da campanha representa a tristeza das vítimas do tráfico de pessoas e lembra a insensibilidade de quem compra e vende outro ser humano. O uso da cor azul das Nações Unidas também demonstra o compromisso da organização com a luta contra esse crime que atenta contra a dignidade humana.
Desde o dia 22 de julho, a SEASDH vem desenvolvendo a campanha no estado, com o tema “Liberdade não se compra, dignidade não se vende”, que tem como objetivo conscientizar e combater o tráfico de pessoas no Acre. A programação se iniciou em Rio Branco com a posse do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Ceetrap), no auditório da Defensoria Pública do Estado (DPE), e seguiu para os municípios do Alto Acre e do Juruá.
A campanha percorreu Assis Brasil, Epitaciolândia, Brasileia e, agora, Cruzeiro do Sul, onde foram realizadas rodas de conversa com a equipe do departamento da SEASDH no Juruá e a distribuição de panfletos nos sinais. Além disso, houve encontros com os movimentos da Sociedade Civil do Município, reuniões com a equipe da Secretaria de Educação (SEE), visitas e rodas de conversa no abrigo de mulheres e crianças, e atividades de sensibilização na Polícia Civil e Militar do município.
Segundo a chefe da Divisão de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, Dina Larissa Santarém, o objetivo é alcançar mais comunidades, multiplicar os esforços para conscientizar e sensibilizar a população em geral.
“É crucial conscientizar e alertar a população sobre esses perigos. Muitas vezes, ao falar sobre o tráfico de pessoas, percebemos que algumas pessoas quase foram aliciadas. A conscientização é um passo fundamental na luta contra o tráfico de pessoas. A população precisa estar bem informada para se tornar nossa aliada na prevenção e enfrentamento desse crime”, afirma.
Dina ressalta, ainda, que armadilhas sobre emprego podem tornar as pessoas suscetíveis ao tráfico de pessoas. “Em Cruzeiro do Sul, não houve casos específicos onde conseguimos impedir diretamente o tráfico de pessoas, mas temos ouvido relatos de propostas de emprego suspeitas. Muitas dessas propostas são, na verdade, armadilhas para o tráfico, explorando a vulnerabilidade financeira das pessoas”, explica.
A chefe da Divisão dos Programas de Proteção a Vítimas Ameaçadas de Morte, Hany Cruz de Armas, ressalta que a campanha aborda a questão do tráfico de pessoas de forma abrangente, não se limitando apenas aos migrantes que entram ou saem do país. “Muitos brasileiros são vítimas, especialmente em nosso estado, que tem muitas comunidades ribeirinhas e áreas remotas. Essas populações, incluindo os indígenas, são as maiores vítimas do trabalho escravo e da servidão”, explica.
Nesta quarta-feira, 31, a SEASDH finalizou a campanha na primeira noite de exposição da Expoacre Juruá com o apoio da Organização Internacional para Migrações (OIM) na conscientização das pessoas.