A Saúde do Acre promoveu nesta sexta-feira, 19, um encontro com gestores de diversas unidades para discutir a implementação da Política Nacional de Cuidados Paliativos no Acre, que visa organizar a linha de cuidados dos pacientes adultos e pediátricos do Sistema Único de Saúde (SUS) que estejam com doenças graves e incuráveis ou em estágios terminais, desde o diagnóstico até a fase final.
O encontro aconteceu na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) e contou com representantes das unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do II Distrito e Sobral, Programa Melhor em Casa, Complexo de Saúde da Mulher e da Criança, Departamento de Humanização, Centro de Reabilitação (CER III), Redes Crônicas e da Pessoa com Deficiência, Departamento de Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar e Hospital do Câncer (Unacon).
A secretária adjunta de Atenção à Saúde da Sesacre, Ana Cristina Moraes, destacou que a união entre os entes envolvidos é fundamental para o sucesso da linha de cuidados. “É um assunto delicado, mas nós entendemos que implantar essa linha de cuidados paliativos é muito importante para garantir mais dignidade aos pacientes com doenças crônicas e incuráveis, e, a partir desse encontro, novas qualificações vão ocorrer para que a gente possa melhorar ainda mais esses cuidados que já são ofertados, porém de uma forma muito mais organizada, minimizando quaisquer transtornos aos pacientes”, destacou a secretária.
Ana Beatriz Souza, presidente da Fundhacre, ressaltou a importância da união da Saúde pelo bem-estar dos pacientes. “O SUS é um só, o caminho é um só e não existem barreiras. Nos unirmos é o melhor que podemos fazer pelos pacientes que estão enfrentando alguma doença grave e incurável. A Fundação está de portas abertas para que possamos prestar o melhor serviço àqueles que precisam, reduzindo a dor e o sofrimento não só dos pacientes com doenças em estágios avançados e graves ou terminais, mas também dos familiares”, destacou Ana Beatriz.
Emanuelly Nóbrega, chefe do Departamento de Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), pondera: “Estamos organizando a linha de cuidados aos pacientes elegíveis aos Cuidados Paliativos no Estado do Acre, pois essa abordagem necessita ser amplamente discutida para todos os atores das redes de atenção à saúde. Estamos realizando esse primeiro encontro com os gestores assistenciais das unidades e serviços para descentralizarmos essa abordagem de cuidado. Posteriormente, vamos ofertar qualificações permanentes para que esse cuidado seja entendido por todos profissionais de saúde, ou seja, para mantermos a continuidade do cuidado de forma equânime e descentralizada”, destacou.
Para a médica Holda Magalhães, que atua no setor de cuidados paliativos da Unacon, cuidados paliativos não são sobre morte, mas sim sobre cuidar do paciente da melhor forma possível. “Esse encontro é um sonho antigo, porque quando eu falo ‘cuidados paliativos’, estou falando do cuidado, do aconchego, do paciente estar próximo à família. É um cuidado de um paciente que tem uma doença crônica que é incurável e acolher não só o paciente, mas uma família, porque quando você tem um familiar com uma doença crônica, você sabe que aquele seu familiar pode morrer, pode sofrer alguma intempérie que vai causar um mal súbito, ele pode ficar acamado. Então, é isso que a gente tem que entender, cuidados paliativos não é só sobre a morte e morrer, mas é sobre o cuidado”, finalizou.