“Homens pelo fim da violência contra a mulher”. Esse é o tema da campanha promovida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre). A campanha visa mobilizar a sociedade em torno da violência contra a mulher, que vem alcançando números alarmantes em todo o país.
A abertura oficial aqui na capital será marcada por dois eventos – nesta quinta-feira, 5, às 19 horas, ocorrerá uma cicleata, com concentração na Concha Acústica, no Parque da Maternidade, e na próxima sexta-feira, 6, às 9 horas, o Forró dos Idosos, em O Casarão.
“A Sesacre adere a essa causa com o objetivo de levar a sociedade a assumir seu papel na repressão a essa violência e, principalmente, declarar que homens devem assumir o papel de promotores da paz, levando seu abraço e amor a todas as mulheres – independentemente de raça, cor e idade”, diz a gerente da Divisão de Promoção e Prevenção à Saúde da Sesacre, Disneide Lopes.
Ainda de acordo com Disneide, “esse é o momento em que estaremos juntos para enfrentar a violência contra a mulher e mostrar que os homens podem ser protagonistas na promoção de uma cultura de paz”.
Violência contra a mulher
A violência de homens contra mulheres é um problema Internacional de Saúde Pública e Direitos Humanos que merece grande atenção. Na América Latina, governos e organizações não governamentais (ONGs) têm voltado a atenção, embora não seja suficiente, para proteger as mulheres desse tipo de violência. Nos últimos anos, uma série de programas foi criada para ajudar as mulheres que já foram e são vítimas de algum tipo de violência doméstica.
No Brasil, a lei 11.304, de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, foi uma grande conquista de direitos para as mulheres, chegando a ter repercussão internacional.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), mais de 50 mil assassinatos de mulheres foram registrados no País entre 2001 e 2011, cerca de cinco mil por ano, e 1/3 dos casos ocorreu no âmbito familiar e dentro de casa. São 14 mortes por dia ou uma morte a cada uma hora e meia.
A Sesacre vem trabalhando junto aos municípios – com ações para o melhoramento das informações quanto à notificação de violência nas unidades básicas de saúde – para identificação dos casos de violência doméstica e atendimento às vítimas.
“Os profissionais estão habilitados e capacitados para o atendimento humanizado às vítimas de violência, o que vem gerando o crescimento de 97% no número de notificação, nos últimos cinco anos”, comenta a gerente.
O maior número de casos de violência ainda é contra o sexo feminino, principalmente na faixa etária de 11 a 29 anos, com 521 casos, em 2012, ou seja, a maior parte das mulheres que sofre violência é jovem.
“A violência dos homens contra as mulheres pode ser prevenida quando os homens começarem a se responsabilizar por este tipo de violência, assim como a sociedade como um todo precisa assumir o papel de protagonista nesse drama da vida real”, explica Disneide Lopes.
