Saúde incentiva criação de salas de amamentação em locais de trabalho

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) recomendam que toda criança seja amamentada, exclusivamente, até os seis meses de idade, podendo se estender, como complemento da alimentação, até dois anos ou mais.

As mães que trabalham fora de casa nem sempre podem seguir à  risca essa recomendação, pois a licença-maternidade para o setor privado é de quatro meses. Alguns Estados, como o Acre, por exemplo, já aprovaram leis que garantem licença de seis meses a servidoras públicas.

Objetivo da oficina é capacitar facilitadores sobre promoção, proteção e apoio à manutenção do aleitamento materno da mulher trabalhadora (Foto: Álefe Souza/Sesacre)

Objetivo da oficina é capacitar facilitadores sobre promoção, proteção e apoio à manutenção do aleitamento materno da mulher trabalhadora (Foto: Álefe Souza/Sesacre)

Por esse motivo, muitas mães desmamam seus bebês antes do período recomendado, o que diminui a proteção proporcionada pelo leite materno contra doenças, ocasionando, muitas vezes, maior ausência do trabalho para cuidar dos filhos.

Pensando em apoiar a mãe trabalhadora na manutenção do aleitamento materno, o Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria, desenvolve estratégias em todo o país. Para isso, foram criados diversos materiais para informar e sensibilizar trabalhadoras, empresas e instituições.

Uma dessas ações consiste em promover encontros estaduais e municipais de capacitação para facilitadoras sobre promoção, proteção e apoio à manutenção do aleitamento materno da mulher trabalhadora. Uma dessas oficinas é realizada nos dias 14 e 15 de agosto, no auditório da Maternidade Bárbara Heliodora, das 8 às 18 horas. Profissionais de saúde de várias unidades participam do evento.

Keiko Teruya, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (Foto: Álefe Souza/Sesacre)

Keiko Teruya, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (Foto: Álefe Souza/Sesacre)

Para Keiko Teruya, membro do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria, a oficina tem como objetivos principais “formar multiplicadores para a implantação da sala de apoio à amamentação, a ampliação do período de licença-maternidade de quatro para seis meses e a construção de creches nos locais de trabalho com mais de 30 mulheres acima de 16 anos, nas empresas privadas”.

Um dos pontos principais da oficina será a criação de grupos que farão visitas pedagógicas a seis empresas e/ou entidades de Rio Branco, para apresentar a proposta de implantação da sala de amamentação e outras facilidades para que a mulher trabalhadora possa manter a lactação. De acordo com a organização das oficinas, as visitas serão realizadas a partir das 10 horas desta quinta-feira, 15.

“Uma vez que o gestor da empresa adote essa estratégia, será designado um tutor para avaliar e monitorar a empresa”, diz a técnica em aleitamento materno da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Vanessa Silveira.

Emanuele Nóbrega é enfermeira especialista em saúde da família e comunidade. Ela espera poder proporcionar maior continuidade do vínculo tão importante para mãe e filho que é a amamentação. “A amamentação é fundamental. Espero ser mais efetiva nessa causa a partir desse treinamento”, disse.

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