Saúde e cidadania para os haitianos abrigados em Rio Branco

Secretária de Saúde (no centro) afirma que o atendimento aos haitianos está funcionando (Foto: Assessoria Sesacre)
Secretária de Saúde (no centro) afirma que o atendimento aos haitianos está funcionando (Foto: Assessoria Sesacre)
Secretária de Saúde (no centro) afirma que o atendimento aos haitianos está funcionando (Foto: Assessoria Sesacre)

Secretária de Saúde (no centro) afirma que o atendimento aos haitianos está funcionando (Foto: Assessoria Sesacre)

Na manhã desta terça-feira, 17, a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, foi ao Parque de Exposição Marechal Castelo Branco para ver como está o atendimento e assistência à saúde aos haitianos que chegam todos os dias de Iñapari, no Peru.

No posto de saúde montado no local, eles recebem atendimento ambulatorial e oferta de vacinas contra hepatite B; DT (antitetânica) e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), além de testes rápidos de HIV e hepatites B e C. Todo procedimento de saúde só é realizado com autorização assinada por eles.

Hoje, 177 haitianos estão abrigados no Parque, mas ainda são aguardadas 79 pessoas, fazendo um total de 256, incluindo um bebê (desses, apenas 11 estão vindos de Brasileia).

Desde o início da semana começaram a chegar a Rio Branco os primeiros grupos vindos de Iñapari. Na cidade peruana, eles estavam havia cerca de três meses sem poder voltar para casa ou seguir adiante, depois que o governo brasileiro restringiu a entrada de haitianos no país.

A vinda deles para a capital foi possível depois que o Ministério da Justiça autorizou, na semana passada, o ingresso dos 245 haitianos.

“Eles estão muito bem assistidos, sem tumulto. Além do atendimento ambulatorial, o Estado garante tratamento, caso haja necessidade. A estrutura disponível está funcionando. O importante é que estão tendo apoio social, de assistência à saúde, alimentação, abrigo, auxílio na retirada de documentos e apoio para que consigam emprego o mais rápido possível”, disse a secretária.

Agradecimento e esperança resumem o sentimento dos haitianos que estão no Parque de Exposição. “Estamos muitos felizes com a recepção do Acre. Lá em Iñapari, até para usar o banheiro tínhamos que pagar. Aqui temos alimentação, colchão e toda a assistência”, diz Marcelin Geffrard, uma espécie de relações públicas dos abrigados que faz a tradução e intermédio da conversa entre eles e os funcionários do Parque.

Geffrard era professor universitário de inglês em seu país e pretende continuar exercendo a profissão aqui mesmo em Rio Branco, para só então mandar buscar a mulher e o filho de 12 anos, que ficaram no Haiti.

 

Rolder e a mulher Saint Vil contentes com os documentos novos (Foto: Assessoria Sesacre)

Rolder e a mulher Saint Vil contentes com os documentos novos (Foto: Assessoria Sesacre)

 

Segundo Marcelin, muitos dos que estão ali possuem curso superior em informática, contabilidade, enfermagem e administração.

Já o casal Rolder Obel e Saint Vil Mynose tem uma história diferente. Rolder entrou no Brasil pela Argentina, com destino a São Paulo, onde trabalhou como ajudante de encanador. Ela foi para o Peru. Quando ele soube que a entrada para o Brasil estava liberada, veio para o Acre encontrá-la e agora estão na batalha para voltarem juntos a São Paulo, onde ele trabalha atualmente como contador. A esperança do casal é poder trazer os dois filhos que ficaram no Haiti, de 11 e 7 anos, para morarem com eles.

“Depois do terremoto, só o Brasil deu oportunidade. Os Estados Unidos e a França não quiseram saber de nós, e em Iñapari não tinha ajuda nenhuma. Minha esposa estava com uma forte anemia e não recebeu cuidados lá. Aqui tiramos CPF e carteira de trabalho sem gastar nada e tem alimentação para todo mundo”, desabafa Rolder. Flamenguista, ele diz ainda que quer ter um filho brasileiro para ser jogador de futebol.

Segundo a diretora de Humanização, Elineide Meireles, tudo foi preparado para recepcioná-los com respeito e dignidade. “Eles estão saindo de uma situação limite e o governo está tendo uma atitude de solidariedade. Eles são muito educados e organizados e estão bastante agradecidos”, diz.

A Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan) disponibilizou uma lan house no Parque para que eles possam se comunicar com a família, e a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SepMulheres) está fazendo uma programação especial.

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