Saúde desmonta máquina de radioterapia desativada para pleitear novo equipamento para a Unacon

Há três anos sem funcionamento, a máquina de radioterapia com cobalto, que era utilizada no tratamento de pacientes do Hospital do Câncer (Unacon), em Rio Branco, foi desmontada na quarta-feira, 3, possibilitando a busca da liberação para funcionamento de um novo equipamento.

Antiga máquina de cobalto que foi desmontada na manhã da quarta-feira, 3. Foto: Odair Leal/Sesacre

O cobalto é uma fonte natural de radiação, ou seja, sempre estará produzindo radiação. Para a retirada desse material da máquina e, em seguida, o transporte, é necessário cumprir uma série protocolos de segurança exigidos pelo Ministério da Saúde e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM). A velha fonte de cobalto do Unacon terá como destino o estado de Minas Gerais.

“Você tem que fazer o desmonte e depois o transporte da fonte, que, no nosso caso, vai para Minas. É um cabeçote de duas toneladas, então tem toda uma estrutura, um fluxo especial, a presença de um físico-médico. Depois que chegar em Minas, a gente pode pedir autorização de funcionamento da nova máquina”, explicou o radioterapeuta Melk Menezes Hadad.

Desde 2015, os pacientes de radioterapia precisavam se deslocar, via Tratamento Fora de Domicílio (TFD), para Rondônia ou outro estado, para realizarem sessões de tratamento. O entrave, além das questões burocráticas de liberações e contratação de um físico-médico, se resumia na falta do pagamento das empresas responsáveis pelo desmonte e transporte da fonte de cobalto.

“Se em 2015 tivesse sido retirada essa máquina e feito o transporte, a gente já teria agilizado muita coisa e a máquina nova já estaria funcionando. Desde fevereiro, em dois meses, a gente conseguiu resolver alguns problemas. E a questão do pagamento a gente conseguiu resolver numa manhã”, destacou Melk Menezes Hadad.

Para o funcionamento da nova máquina de radioterapia, chamada acelerador linear, é necessário a retirada do cobalto de dentro da unidade. Feito isso, a direção do hospital pode fazer a solicitação da liberação da nova máquina. A estimativa é de que até novembro o hospital consiga essa liberação e dê início ao atendimento de pacientes com a nova máquina.

“A Comissão Nacional de Energia Nuclear, que rege as normas de trabalho com radiação, exigiu que a gente retirasse a máquina antiga para poder dar uma licença nova de funcionamento. Acreditamos que, se tudo ocorrer dentro do prazo, em três meses, com muita sorte, o nosso acelerador esteja funcionando. É o tempo do transporte, que dura cerca de 15 dias, e depois a licença da CNEN, que tem um prazo para conceder a liberação”, explicou a gerente do Unacon, Aurea Freitas.

Acelerador linear instalado, aguardando apenas a liberação para funcionamento Foto: Odair Leal/Sesacre

Uma das principais diferenças do tratamento usando as duas máquinas é em relação aos efeitos colaterais. A máquina de cobalto é de maior toxidade. “A máquina de cobalto emite radiação sempre, desde que não seja selada. Ela proporciona a cura do tumor, porém a toxidade é maior, pois abrange as áreas mais próximas daquele tumor”, explicou Melk Menezes Hadad.

Por outro lado, segundo Melk, o acelerador linear proporciona uma precisão maior durante o tratamento. “No acelerador você consegue delinear o tumor, localizar melhor e dar uma dose restrita ao tumor e uma dose menor aos órgãos que estiverem próximo. Com a máquina nova os efeitos colaterais serão menores”, afirmou o radioterapeuta.

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