A inclusão e equidade em vários patamares da sociedade acreana
Um dos eixos da programação do “Mês da Consciência Negra” é a questão da saúde, com o objetivo de chamar atenção às particularidades desta com relação à raça, a fim de garantir o acesso universal e igualitário ao SUS, para promoção, proteção e recuperação da saúde desse extrato da população.
Em Rio Branco, houve mobilizações em unidades de saúde, distribuição de materiais educativos, realização de alguns serviços públicos no “Senadinho”, e concluiu-se com uma roda de conversa com usuários e funcionários da saúde do Centro de Saúde Ari Rodrigues, no bairro Seis de Agosto.
Essas atividades foram realizadas pelo Comitê Técnico de Saúde da População Negra e Equipe de Saúde da Secretaria de Saúde de Rio Branco, Fórum Permanente de Educação Étnico-Racial (CGPIR) Coordenadoria Municipal da Mulher, Gabinete do Deputado Federal Sibá Machado, Rede Acreana de Mulheres e Homens, Secretaria Municipal de Governo e Articulação Institucional e a Coordenadoria Geral do Comitê Gestor de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
“Os gestores e funcionários da saúde precisam se sensibilizar com essa questão. É importante evidenciar que há doenças com maior incidência sobre a população negra, comprovadas cientificamente, tais como anemia falciforme, diabete mellitus, deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase, entre outras. Isso é uma questão pública e de grande relevância, já que mais de 70% da população do nosso estado é negra”, afirma a coordenadora do CGPIR, Lúcia Ribeiro.
Segundo o Ministério da Saúde, a população negra brasileira, devido à miscigenação de negros procedentes de várias regiões africanas com características genéticas e culturais peculiares e, posteriormente, pela miscigenação entre negros e brancos ocorridas no país, apresenta uma especificidade genética que a distingue do resto do mundo. A atual frequência, distribuição e causalidade das doenças mais incidentes na população brasileira afro-descendente são influenciadas por estas características de ordem genética e ainda fortemente por fatores socioeconômicos que incluem o regime de escravatura vivido até o final do século 19 e a posterior situação de exclusão social, presente até nossos dias, de grande parcela da população.