Saúde do Acre zera fila de cirurgias de próteses de joelho

Ao lado da supervisora de enfermagem do HC, Salviano da Silva, 70 anos, aguarda a cirurgia de joelho (Foto: Leônidas Badaró)

Imagine a vida inteira você conseguir fazer todos os movimentos, ter a capacidade de se locomover para onde quiser e aos poucos, os joelhos irem comprometendo essa condição, prejudicando sua qualidade de vida? Se não conseguiu pensar, com quase toda certeza, você tem menos de 65 anos. É que a partir dessa idade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) entre 70 a 80% da população possui artrose no joelho.

A artrose é uma doença de natureza inflamatória e degenerativa das articulações. É provocada pelo desgaste das articulações que revestem as extremidades ósseas, causando dor e podendo levar a deformidades. Dependendo do grau da doença, a única alternativa é a substituição da articulação por próteses, as chamadas artroplastias de joelho.

Para resolver a demanda reprimida desse tipo de cirurgia no estado, o governo do Acre iniciou em 2003 uma parceria com o Instituto de Traumatologia e Ortopedia (INTO), que passou a realizar os procedimentos no Hospital das Clínicas de Rio Branco, em pacientes que antes precisariam ser encaminhados via Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para o procedimento cirúrgico em outro estado.

A boa notícia é que esta semana, a saúde do Acre comemora o fim da fila para os tipos de cirurgias de próteses de joelho que são realizadas no Acre.

Desde a última segunda-feira, 1, uma equipe de profissionais do próprio Hospital das Clínicas iniciou mais um mutirão de cirurgias. Ao todo, até o sábado, 6, serão realizados 27 procedimentos cirúrgicos, sendo 15 para implantação de próteses e outros 12 de ligamento cruzado.

Uma das cirurgias foi realizada no colono Antônio Soares, de 62 anos de idade, que conta como era sua vida convivendo com a artrose. “Minha vida era muito difícil. Não conseguia andar e dormia muito pouco.  A dor era tão grande que não conseguia dormir.”

Antônio já tinha, dois anos atrás, passado por um procedimento para implantação de uma prótese no joelho direito. Com um sorriso estampado no rosto, fala sobre a expectativa após mais uma cirurgia. “Agora sei que minha vida vai ser diferente. Se Deus quiser vou poder ir pra onde eu quiser sem sentir dor.”

Essa é a esperança do aposentado Salviano da Silva, 70 anos. Em um dos leitos do HC, se preparava para entrar na sala de cirurgia. “Eu sinto muito dor. Sei que se não fizer essa cirurgia vou terminar em uma cadeira de rodas. O que mais me deixa triste é não poder trabalhar. Mesmo com 70 anos, vou voltar a trabalhar todos os dias.”

Aos 62 anos, Antônio Soares se recupera da segunda cirurgia de prótese de joelho (Foto: Leônidas Badaró)

HC realizou 56 cirurgias de joelho em 2016

Apesar da importância da parceria com o INTO, esse último mutirão está sendo feito exclusivamente com uma equipe de profissionais do próprio Hospital das Clínicas. O estado também custeia as próteses, que custam mais de R$ 20 mil cada.

“É uma grande satisfação dizer que estamos zerando a fila para esse tipo de cirurgia. Nós estamos, quase em tempo real, resolvendo a necessidade dos pacientes que precisam de uma prótese de joelho. Os profissionais são todos da nossa instituição e estamos adquirindo as próteses, que são importadas”, finaliza Juliana Quinteiro, superintendente do HC.

O desafio agora é continuar trabalhando para conseguir zerar a fila de outros procedimentos, como é o caso das cirurgias de ligamento cruzado.

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