O salário pago aos militares do Acre, Estado que detém o segundo menor PIB (Produto Interno Bruto) está entre os dez melhores do Brasil. O esforço do governo acreano em valorizar os profissionais também se repete na educação – onde os professores estão entre os melhores remunerados do país. A valorização salarial faz parte de um compromisso assumido pelo governador Tião Viana e é fruto de um reconhecimento que começou há 13 anos, ainda no governo Jorge Viana. A política de valorizar a carreira militar tem gerado bons resultados para a sociedade, entre eles, a diminuição nos índices de homicídio.
A revista Veja desta semana, edição de número 2.256, trouxe matéria sobre o movimento grevista dos policiais militares e integrantes do Corpo de Bombeiros da Bahia e do Rio de Janeiro. A reportagem faz um relato da situação dos militares em vários Estados brasileiros, abordando as reivindicações a partir do viés salarial. Os jornalistas Marcelo Sperandio e Kalleo Coura, porém, foram levados ao erro grave quando afirmaram que o policial militar do Estado do Acre recebe apenas R$ 1.299. Desde 1999, o governo da Frente Popular do Acre vem trabalhando intensamente para valorizar o salário do policial militar.
Essa melhoria salarial vem acompanhada de investimentos na formação profissional do policial, na aquisição de veículos, armamentos e equipamentos de proteção dos agentes. Hoje, o menor salário do Policial Militar acreano, o nível I, é de R$ 2.244,80, valor muito superior ao publicado pela revista Veja. O salário do policial militar de nível II é de R$ 2.327,11. O valor publicado pela revista Veja é inferior até ao pago ao policial-estudante, que recebe R$ 1.717,80.
“Nós não sabemos quem repassou essas informações para a Revista Veja, mas elas não são verdadeiras. Os dados não são atualizados. Além do salário, os policiais militares podem recorrer ao banco de horas, prestando serviço extra quando estão de folga e garantindo remuneração além do salário no fim do mês”, disse o coronel José Anastácio, comandante da PM no Acre. O governador Tião Viana declarou que 2012 será o ano da segurança no Acre e que tanto a Polícia Militar quanto o Corpo de Bombeiros receberão investimentos em viaturas, reformas nos quartéis, armamentos, equipamentos de segurança e formação profissional.
Acre reduziu em 22% os índices de homicídio
A política de valorização do policial não fica restrita ao salário. Há diversas gratificações para aqueles que são detentores de nível superior. Esta política é reconhecida até pelos policias e integrantes do Corpo de Bombeiro. É tanto que o Acre não consta no mapa dos Estados que podem entrar em greve. Esses incentivos trouxeram resultados positivos. Em 2011, o Acre reduziu em 22% o número de homicídios, ficando abaixo da média nacional. Enquanto a média nacional é de 26,2 homicídios para cada cem mil habitantes, aqui foram registrados 19 mortes a cada cem mil habitantes.
Os resultados alcançados são resultados de um trabalho integrado, que envolve além da Policia Militar, o Corpo de Bombeiros e demais órgãos de segurança.
Em nove anos, o militar é promovido a terceiro sargento. O secretário adjunto de Segurança Pública, Ermício Sena, explicou que há uma preocupação com a valorização da carreira do policial militar por parte do governador Tião Viana, que tem demonstrado carinho e respeito pela corporação.
“São milhões e milhões investidos em veículos, armamentos, aprimoração profissional, equipamentos de proteção. Nós nunca deixamos de fazer concursos e este ano teremos concurso novamente. Além disso, o Acre é o único estado do Brasil em que com seis anos um soldado é promovido a cabo e com nove anos de carreira o policial é promovido a terceiro sargento. Nos outros estados essa promoção leva anos para acontecer e aqui isso é garantido por lei estadual”, comentou Sena.
Arquilau de Oliveira Santos é um dos soldados promovidos a terceiro sargento em janeiro, quando 481 homens alcançaram a promoção. “É um momento de reconhecimento e de maior responsabilidade. Nos outros estados essa oportunidade leva anos para acontecer e aqui é diferente, a lei foi modificada e garantiu esse direito para nós”, comentou.