A Sala de Situação, grupo que tem coordenado as ações de socorro e apoio às vítimas da alagação no Acre, realizou a última reunião da semana ontem à tarde. Com o Rio Acre indicando vazante, a orientação da Defesa Civil é de que haja liberação do retorno dos cidadãos às casas somente a partir do atingimento da cota de alerta – 13,5 metros. A seguir, a recomendação é a limpeza apropriada das residências, para eliminar quaisquer resíduos que possam causar contaminação e doenças.
A operação de retorno foi iniciada hoje no Taquari. Segundo análise do comandante Pires, do Corpo de Bombeiros, em Rio Branco, nas áreas mais afastadas da calha do rio, a situação não está tão assustadora como em Brasileia, onde se formaram depósitos de areia de 0,5 a 1 metro acima do asfalto. As demais áreas prioritárias são os bairros Ayrton Senna, Seis de Agosto, Baixada do Habitasa e Invernada.
Quanto à alimentação, entre todas as captações em trânsito, há 16 mil cestas básicas para a população atingida. Ontem, a Defesa Civil do Estado de São Paulo doou mil cestas e mil colchões para o Acre. Na saída do abrigo, as famílias deverão levar duas cestas básicas. “Para garantir a alimentação nesse primeiro mês após a alagação”, disse o governador Tião Viana.
O secretário de Estado de Segurança, Ildor Reni Graebner, afirmou que no último levantamento, os dados apontam 1.755 famílias e 6.716 pessoas. O secretário Mâncio Lima Cordeiro, da Fazenda, anunciou que o Estado isentará os contribuintes de tributos sobre as mercadorias de estoque avariadas durante a alagação.
Participou também da reunião o major Belmont, da reserva do Exército, especialista em apoio em situações de catástrofes. Ele integrou equipes de socorro social em ocasiões como o terremoto do Haiti, o tsunami do Japão, em enchentes do Nordeste, Rio de Janeiro e Petrópolis, e se mostrou admirado com as ações de acolhimento à população atingida pela alagação no Acre: “Nunca vi igual acolhimento, organização, sistema de alimentação, de acomodação, de guarda de móveis, de policiamento, presença do Ministério Público e senso humanitário. Nem no Japão presenciei algo assim. Esse know-how precisa ser documentado e compartilhado com representantes de organizações nacionais e internacionais”, revelou.
A Sala de Situação retorna na próxima segunda-feira.