“Saber que uma parte de minha mãe ajuda outra vida é meu consolo”, diz filha que autorizou doação de órgãos

Maria Regina Rodrigues de Lima, 54 anos (E) morreu vítima de AVC e família optou pela doação (Foto: Cedida)

Quando se fala em transplantes, muitos imaginam apenas o procedimento cirúrgico de alta complexidade. Mas quando se destaca o fim do sofrimento e das incertezas que representa a espera por um novo órgão para os pacientes que lutam contra o relógio da vida, se tem uma noção real do que a Central de Transplantes representa no Acre.

Desde que foi implantada a Central, há 11 anos, quando o Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco foi habilitado a realizar transplantes de córneas, rins e fígado, além da captação desses órgãos, centenas de pacientes ganharam a chance de voltar a enxergar e a ter uma vida longe de máquinas – libertando-se, por exemplo, da necessidade de fazer hemodiálises, procedimento usado em pacientes renais crônicos.

Superando as dificuldades e a difícil logística, hoje o Acre é um dos estados que mais realiza transplante de fígado em todo o país (PMP), por milhão de habitantes. Na última sexta-feira, um paciente de 55 anos, que sofria de disfunção hepática, recebeu um novo fígado doado pela família de um jovem de 19 anos, natural do Estado de Goiás, que faleceu vítima de arma de fogo.

O fígado foi transportado por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), chegando durante a madrugada. Com esse último transplante, o Estado registra o 13º transplante de fígado do ano. Ao todo, já foram realizados 29 transplantes de fígado, 89 de rim e 199 de córneas. Além disso, mais de 300 pacientes do Acre foram transplantados via Tratamento Fora de Domicílio (TFD).

Também esta semana, a equipe da Central de Transplante fez a captação de órgãos doados pelas filhas de Maria Regina Rodrigues de Lima, 54 anos, que morreu vítima de AVC (acidente vascular cerebral). Sem compatibilidades com pacientes do Acre, o fígado foi enviado para o Rio de Janeiro.

A filha que autorizou a doação, Roberta Rodrigues, conta que ao saber da morte encefálica da mãe, conversou com a irmã e não tiveram dúvidas sobre a doação. “Quando falei com minha irmã, na mesma hora ela disse que poderíamos autorizar a doação. A dor de perder uma mãe é horrível, mas saber que uma parte dela ficou para ajudar outras vidas foi fundamental para o meu consolo, para minimizar o meu luto.”

 

 

 

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