Rodada de Negócios abre as portas para intercâmbio comercial entre Brasil e Peru

Empresários de diferentes setores da economia dos dois países se encontram durante a Semana da Amazônia Brasileira em Cusco para discutir abertura de novos mercados

 

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Empresários de setores importantes da região como o de alimentos e de móveis, apresentarem seus produtos para os empresários peruanos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Depois da rodada de negócios com agentes de turismo do Acre e do Peru, agora foi a vez dos empresários de outros setores da economia, como alimentícia e de móveis, apresentarem seus produtos para os empresários peruanos. O encontro foi promovido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer (SETUL), com apoio do Sebrae do Acre, Rondônia e Mato Grosso, durante a Semana da Amazônia Brasileira em Cusco.

O objetivo é mais do que promover negócios, mas de abrir novas perspectivas de mercado, como explica Wanderley Marques, gerente de Mercado do Sebrae/RO. “Os negócios tendem a realmente acontecer a partir da conclusão da estrada. Aqui é um momento para prospectar novos empreendimentos, porque ainda não são todos os empresários que estão preparados para comercializar com o Peru. Por isso, a gente vê essa iniciativa do Governo do Acre, com apoio do Sebrae, como uma ação extremamente positiva”.

Para empresários como George Dobré, da IIBA – Produtos florestais, do setor moveleiro acreano, o encontro abriu várias possibilidades. “As conversas que a gente tem tido nessas rodadas são fundamentais para que a gente conheça possíveis clientes em potencial e possa melhorar os produtos para atender a demanda específica do mercado peruano”.

Realidade – Celso Ferreira possui uma indústria de tintas, instalada há 3 anos no Distrito Industrial de Rio Branco. Mas ele já atua no mercado comercial do Acre há pelo menos 25 anos. E lembra quando ele e o irmão decidiram apostar no comércio no Peru, há muitos anos, e montaram uma loja de produtos variados em Porto Maldonado. Isso há mais de 20 anos, quando se levavam dias para concluir a viagem entre a capital do Acre e a cidade do Departamento de Madre de Dios. O negócio não deu certo, mas hoje ele prospecta um novo mercado com a abertura da Interoceânica.

“Fico muito feliz de participar desse encontro em Cusco. Acreditamos que em breve estaremos vendendo tina para o Peru e também adquirindo matéria-prima para fabricação de tinta no Acre. Pra mim é uma satisfação estar aqui por ter acreditado um dia nessa integração que hoje já é uma realidade”.

Fogão Geralux – Um dos produtos em exposição no showroom da Amazônia que está aberto desde o último domingo no Centro de Convenções de Cusco, onde acontece o evento, é o fogão Geralux, desenvolvido pelo Governo do Acre, através da Fundação de Tecnologia (FUNTAC) e que hoje é fabricado por uma empresa privada em Rio Branco, a Energer. O representante da empresa, Ronaldo Satto, também participou da rodada de negócios e garante: o produto desenvolvido no Acre tem grandes possibilidades de ser exportado.

“Nós tivemos aqui uma repercussão mais do que excepcional e estamos abrindo perspectivas. Poderemos trazer tecnologia para outro país e atender as famílias isoladas do Peru e da região que vivem sem energia elétrica. O encontro foi extremamente positivo e fizemos vários contatos que serão consolidados nos próximos dias, com certeza”.


Produtos alimentícios com grandes perspectivas

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Produtos como azeitona, azeite, batata, pescados e camarão foram apresentados por empresários peruanos aos brasileiros durante rodada de negócios (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Azeitona, orégano, azeite, batata, mariscos, pescados e camarão. Esses são alguns dos produtos que o representante da empresa peruana Inca’s Gourmet, César de La Cadena, apresentou aos diversos empresários brasileiros do setor alimentício que participaram a rodada de negócios. “Viemos com 16 linhas de produtos variados e sabemos que nossos preços compensam para o Acre, como por exemplo o alho que tem uma diferença de até 16 vezes no valor. Essa estrada vai possibilitar muito crescimento porque irá baixar o preço do frete e permitir a comercialização entre os dois países”.

Com uma indústria de macarrão instalada no Acre, o empresário Tomazo Solito, acredita que esta foi uma oportunidade de descobrir o mercado peruano para apostar em novos produtos. “O momento agora é de conhecer o mercado. Tem muito produto para a gente vender aqui e comprar lá no Acre. É um mercado muito promissor. E eu estou animado”.

José Luiz Ortiz, também de uma empresa do ramo alimentício, foi outro a sair entusiasmado da rodada de negócios. “É um início para o mercado comercial entre o Brasil e o Peru, e essa iniciativa faz com que nós empresários possamos apresentar e conhecer o mercado dos dois países. Eu creio que a Interoceânica é um passo fundamental porque encurtará distâncias e poderemos chegar definitivamente no comércio de exportação”.

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