Ritual indígena abre a II Conferência Mundial da Ayahuasca

Com o ritual do Cipá, o pajé Tatá Yawanawá (segundo da E para D), abriu o evento (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Com o ritual do Cipá, o pajé Tatá Yawanawá (segundo da E para D), abriu o evento (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Espiritualidade e ancestralidade marcaram a abertura da II Conferência Mundial da Ayahuasca, na manhã desta segunda-feira, 17, na Universidade Federal do Acre (Ufac). Com o ritual do Cipá, o pajé Tatá Yawanawá, 102 anos, líder espiritual e um dos últimos guardiões da tradição yawa, abençoou o evento, dando as boas-vindas aos participantes.

“Em nome de todos aqui presentes, pedi ao grande espírito que desse a oportunidade para que esse evento seja de bom entendimento e bons trabalhos. Para que se tornem a partir desse encontro os irmãos que poderão traçar o caminho para nossa vida. Que nossa vida possa usufruir a água, a terra, a floresta, e a gente continuar vivo. Estou velho, e em breve farei a passagem, mas minha família continuará. Um abraço ao Tião Viana, grande chefe da nação acreana. Esta é a bênção para toda a humanidade aqui na terra, meu muito obrigado. Talvez, seja a minha última mensagem aqui na terra para vocês”, disse o xamã.

O evento se estende até o dia 22 deste mês e reúne mais de 60 participantes convidados de todo o mundo. O objetivo é estimular o debate e o intercâmbio de conhecimentos com a interação entre os povos indígenas, comunidades religiosas e cientistas de diferentes áreas, valorizando a ayahuasca como manifestação cultural dos povos amazônicos.

(Foto: Sérgio Vale/Secom)
Primeira-dama Marlúcia Cândida falou da importância de preservar a cultura ayahuasqueira (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Durante cinco dias, os participantes compartilharão seus conhecimentos, lições e aprendizados sobre a ayahuasca. Mesas-redondas, palestras, exibições e premiações de materiais audiovisuais fazem parte da programação.

Participaram da solenidade de abertura a primeira-dama Marlúcia Cândida, presidente de honra da conferência, representando o governo do Estado, o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, o reitor da Ufac, Minoru Kinpara, o diretor do Centro Internacional para Educação, Pesquisa e Serviços em Etnobotânica (Iceers), Ben de Loener, o coordenador do evento, Òscar Parés, a secretária de Estado de Turismo, Rachel Moreira, o assessor especial do Povos Indígenas, Zezinho Yube, a liderança indígena Letícia Yawanawá e a articuladora da Câmara Temática de Culturas Ayahuasqueiras de Rio Branco, Onides Bonaccorsi Queiroz.

Câmara Temática da Ayahuasca

Um dos espaços abertos será conduzido pela Câmara Temática de Culturas Ayahuasqueiras de Rio Branco.

Serão realizadas três mesas de debate, com representantes mostrando sua história, discussões, temas de interesse e realizações durante os dez anos de existência.

Os povos indígenas estão representados no evento por cem integrantes dos povos Ashaninka, Huni Kuin, Apolima, Kuntanawa, Yawanawá, Shanenawá e outros.

A conferência

A primeira Conferência Mundial da Ayahuasca foi em Ibiza, na Espanha, com cerca de 600 participantes. Cientistas, psicólogos, antropólogos e advogados de todo o mundo debateram o tema.

Realizada pela Iceers, a conferência conta com o apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer (Setul), da Secretaria de Comunicação (Secom), da Fundação Elias Mansour (FEM), da Ufac e do gabinete do senador Jorge Viana.

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