Uma equipe de secretários e técnicos do governo do Estado, à frente o vice-governador César Messias, reuniu-se com a população da Reserva Extrativista do Rio Liberdade para ouvir demandas, apresentar o que está sendo feito na região e futuros investimentos. A conversa também se estendeu à questão ambiental, estando presente o gestor da unidade pelo ICMBIO, Chico Ginú, e o presidente do Instituto do Meio Ambiente do Acre, Fernando Lima.
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Há cerca de um mês, o governo entregou na localidade um galpão para atender os produtores rurais com hospedagem e armazenamento dos produtos agrícolas. Numa de suas viagens pela região, o governador encontrou alguns produtores descarregando um caminhão e eles lhes fizeram o pedido, prontamente atendido. No ato da entrega do galpão, o vice-governador garantiu a vinda da equipe do governo, e o encontro aconteceu no fim de semana.
“Estivemos aqui há poucos dias inaugurando um local de hospedagem muito bonito para quando as pessoas chegarem, do alto ou baixo rio, terem onde se abrigar. Agora estamos voltando com uma equipe para ouvir e dizer o que o governo tem a apresentar. O debate está bom, as pessoas estão questionando, isto é o governo está próximo à população. É o governo saindo de dentro de suas salas, de seus gabinetes, e vindo discutir com as comunidades os problemas delas”, disse Cesar Messias.
Educação
O coordenador do Núcleo da Secretaria de Educação (NSEE) de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, expôs dados sobre a presença do Estado no Rio Liberdade. A SEE tem na área da Reserva seis escolas e mais cinco anexos que atendem quase mil alunos. Já a prefeitura municipal de Cruzeiro do Sul, que deveria ser a responsável pelo Ensino da 1ª à 5ª série doe Ensino Fundamental, não tem nenhuma escola na região.
Como havia sido anunciado em novembro pela SEE, em 2012 serão construídas quatro escolas, nos locais: Igarapé Monteiro, Igarapé Forquilha, comunidade Tristeza e comunidade Passo da Pátria. Ainda será construída outra escola em regime de mutirão, na última comunidade subindo o rio, Porto Rico. Segundo Zequinha, outros investimentos virão junto com as escolas. A SEE ainda investe em acompanhamentos pedagógicos variados.
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Governo mantém na área da Reserva seis escolas e mais cinco anexos que atendem quase mil alunos e segundo Zequinha Lima (abaixo) outras quatro serão construídas na região ainda este ano (Fotos: Onofre de Souza Brito)
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O diretor da Escola Joaquim Nogueira, Alberci Brito da Silva, nasceu no Rio Liberdade e há vinte anos trabalha com educação na região. Ele conta que só esteve fora no período dedicado aos estudos. Ele gostou da reunião: “Quando se aproximam, governo e população, todos ganham. Acho que e distribuição das escolas dentro da reserva está boa, ainda mais com a construção de mais essas quatro. Pretendemos a melhoria das que já existem e a contratação de servidores de apoio, mas segundo o professor Zequinha as providências já estão em andamento”.
Luz para Todos
O coordenador do Programa Luz para Todos, Petronilo Filho, o Pelezinho, explicou que desde o ano passado está sendo trabalhada a questão da licitação. “São 1.900 km sendo licitados e que vão beneficiar cinco mil famílias, o maior projeto de inserção social dentro da floresta brasileira”, disse. Pelezinho também falou da expectativa em relação a um projeto dentro do Programa Brasil Sem Miséria que é o de placas solares para locais isolados. “O projeto foi aprovado e está em processo de avaliação na ANEEL. Ele deverá beneficiar 8.020 famílias com energia alternativa”.
O secretário de Pequenos Negócios, José Carlos Reis, vai estudar como a secretaria pode incentivar pequenos negócios na comunidade, especialmente no ramo da extração de óleos vegetais e criação de abelhas nativas, como já vem fazendo em outras regiões. As mulheres dos extrativistas receberão apoio nas áreas de corte e costura e artesanato.
Fiscalização é necessária
Segundo o presidente do Imac, por ser unidade de conservação federal, a área da reserva é fiscalizada e monitorada por parte do ICMBIO e também do Imac. “Esse cuidado que o ICMBIO e o Imac têm de preservar esta unidade é para garantir os direitos dos que moram aqui e impedir a entrada de quem possa degradar”.
Segundo Fernando Lima, houve relatos de alcoolismo, tráfico de drogas e outros atos ilícitos na área da reserva e considera que os órgãos ambientais também têm um importante papel a realizar em relação a isto, além da Polícia Federal que pode entrar para coibir a coisa ilícita.
Recentemente, o ICMBIO estava fiscalizando as mangas das redes utilizadas para pesca, o que provocou reclamações por parte de um morador. Para Lima, se houver algum tipo de arbitrariedade ou abuso de poder, o morador pode reclamar diretamente com o administrador da reserva ou ao Ministério Público Estadual, mas alerta para necessidade de monitoramento. “É necessário para a própria integridade dos moradores e da unidade. Nos períodos de piracema tem que ter monitoramento. Tem tamanho de peixe que não se pode pescar. O próprio cidadão tem que ser o agente ambiental de sua unidade”.
