Parque de Exposições ganha estrutura para receber desalojados
O Rio Acre, que corta a cidade de Rio Branco, apresentou uma rápida cheia no último final de semana. Na manhã desta segunda-feira o rio alcançou 14,48m, baixando depois para 14,43m. A medição é feita de três em três horas pela Defesa Civil. Até o momento, 35 famílias foram atingidas pela alagação e levadas para o Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, que conta com toda a estrutura necessária para receber os desabrigados.
O Coronel do Corpo de Bombeiros e coordenador municipal de Defesa Civil, Gilvan Vasconcelos, disse que a situação da cheia do rio e evacuação é comandada pelo município, “mas o Governo do Estado é um parceiro importante”. Ele ressaltou que existem equipes nas áreas de maior risco fazendo vistoria e definindo o momento de retirada das famílias. Além disso, a Defesa Civil também realiza o atendimento das chamadas feitas diretamente ao Corpo de Bombeiros. Segundo o coronel, os moradores devem ficar atentos e entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, pelo número 193, caso percebam a aproximação da água em suas residências.
Apoio aos desabrigados
A secretária de Cidadania e Assistência Social da capital acreana, Estefânia Pontes, conta que 140 pessoas estão abrigadas no espaço organizado dentro do Parque. Dessas, 61 são crianças. “Servimos três refeições por dia, temos estrutura de chuveiros, banheiros, espaço para lavar roupas. Mesmo com essa subida rápida conseguimos adaptar o parque a tempo e temos capacidade para 150 famílias aqui”. Em abril do ano passado, cerca de 470 famílias foram atendidas no local.
O espaço conta com um canil improvisado para receber animais pequenos. Os animais de grande porte são cadastrados e enviados ao Centro de Zoonoses, sendo devolvidos para os seus donos quando estes retornam às casas. Uma vez dentro do abrigo as famílias só poderão retornar para os seus lares quando a Defesa Civil estabelecer que é seguro. O coronel Gilvan Vasconcelos lembra que não serão aceitas famílias que chegarem ao Parque de Exposições por conta própria. Elas precisam ser retiradas pela Defesa Civil, por isso a importância de acionar o Corpo de Bombeiros.
Entre as pessoas que estão no Parque encontramos Antônia Oliveira Gomes, que foi levada para o abrigo no sábado, 7, com o esposo e a filha. Ela aproveitou a manhã de sol desta segunda-feira, 9, para lavar roupa. Sobre o atendimento recebido, ela disse que “está legal, não falta nada. Pelo menos tiraram a gente do perigo”.
A jovem Samanda de Lima, que foi retirada de sua casa no bairro Seis de Agosto, junto com as três filhas e o marido, disse que não falta nada no abrigo. Para Samanda, que ocupa um dos boxes individuais, com privacidade e espaço para guardar seus pertences, mostra a preocupação é o futuro: “Eu ainda não sei o que fazer depois que tudo isso passar”