Responsáveis pelo laboratório molecular serão homenageados pelo governo

Médico hepatologista Raymundo Paraná será um dos homenageados pelo governador Tião Viana (Foto: cedida)
Médico hepatologista Raymundo Paraná será um dos homenageados pelo governador Tião Viana (Foto: cedida)

Nesta terça-feira, 19, às 16 horas, a saúde do Acre irá comemorar uma nova conquista: a inauguração do seu primeiro laboratório de biologia molecular. A unidade será uma das mais avançadas do país, resultado de uma doação da Fundação Mérieux, da França, ao governo do Estado.

Como parte da programação, o governador Tião Viana realizará, também nesta terça-feira, uma homenagem aos responsáveis pela aptidão do laboratório no Acre. Eles serão agraciados com a comenda de Grande Oficial e Comendador, título dado àqueles que realizam grandes feitos pelo estado.

Entre os homenageados estão Alain Mérieux, presidente da Fundação Mérieux; Raymundo Paraná, médico hepatologista e professor universitário da Bahia, grande responsável pelo engajamento da Fundação no Acre; François Babin, diretor da Fundação Mérieux; Cristian Trepo, professor da Universidade Claude Bernad-Lyon, da França; e Andreas Stöcker, biologista molecular.

O laboratório – O laboratório, que possui equipamentos de alta tecnologia vindos da França, possibilitará a realização de exames complexos que fazem parte da rotina do sistema de saúde do Acre, como de hepatite delta, mas que até então eram feitos fora do estado.

Na unidade também será possível desenvolver pesquisas em diversas doenças endêmicas, hepatites virais, tuberculose, entre outras, além de servir de campo para formação de recursos humanos na área de diagnóstico molecular.

Leia também: Governo e Fundação Merieux inauguram laboratório de biologia molecular no Acre

Laboratório francês ajudará no tratamento de hepatites e tuberculose

Em um bate-papo com o médico infectologista Thor Dantas, o jornalista Diego Tenutti gravou um vídeo que mostra o andamento da obra, conta como serão as pesquisas, quais profissionais irão trabalhar no local e como a população será beneficiada.

Confira a entrevista:

– Por que esse laboratório tem materiais vindos diretamente da França?

Porque esta é uma obra financiada por uma instituição francesa, e todo o controle de qualidade da obra e funcionamento desse laboratório é uma exigência garantida pela instituição. Por esse motivo, os equipamentos vieram da França, para que o laboratório funcione de forma igual aos instalados em outros lugares do mundo.

Além de evitar problemas na aquisição de equipamentos em cada região do mundo, a instituição prefere centralizar as aquisições de equipamentos e distribuir para os laboratórios que estão sendo financiados por ela.

– Que tipo de pesquisas serão feitas no laboratório?

Serão realizadas pesquisas direcionadas às doenças infecciosas, do tipo tuberculose e hepatites B e C.  A biologia molecular, hoje, é uma ferramenta essencial para o diagnóstico de doenças infecciosas, pois facilita o trabalho do médico que cuida diariamente de pacientes diagnosticados com esse tipo de doença, por meio de novos equipamentos vindos da França, facilitando o trabalho diretamente no nível molecular e ajudando na identificação dos tipos de doença existentes na nossa região.

– Que profissionais vão atuar nessas pesquisas?

Os profissionais que atuarão nesse laboratório serão os farmacêuticos, bioquímicos e biomédicos, que atuam com diagnósticos e análises clínicas no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), no Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco e no Hospital da Criança, por exemplo.

– O laboratório francês vai participar das pesquisas?

Sim, por meio da troca de experiências e elaboração de pesquisas conjuntas com o laboratório francês e um outro laboratório da Bahia que está colaborando conosco.

– Quais são os resultados esperados com as pesquisas?

Esperamos poder atender a população da melhor forma possível, conseguindo realizar um diagnóstico preciso a respeito da doença e contribuindo para pesquisas que estão sendo realizadas na identificação de doenças da nossa região.

– Existe um prazo já estimado para os primeiros resultados?

O prazo que temos para trazer o diagnóstico das hepatites e tuberculoses, entre outras doenças, será desde o primeiro dia de funcionamento do laboratório. Isso porque, além de ser um laboratório de pesquisa, também será de diagnóstico.

– Por que o Acre foi escolhido para receber o laboratório doado pela Fundação Merieux?

O Acre foi escolhido por alguns critérios. Um deles é o interesse filantrópico da Fundação Merieux: poder levar diagnóstico para locais onde o acesso ao resultado desses exames é difícil, ajudando no desenvolvimento em áreas que precisam. Nesse sentido, candidatamo-nos, levamos o projeto ao comitê gestor da Fundação, na França, e eles aprovaram por terem identificado que o Acre precisava de um laboratório igual a este que está sendo construído. Depois perceberam que o nosso Estado tem condições de desenvolver esse trabalho.

– Desde quando o estado busca desenvolver essas pesquisas?

O estado busca desenvolver esse tipo de pesquisa desde 2012, quando idealizou esse projeto para ser apresentado à instituição francesa, até ser aprovado e liberado para dar início à construção.

– Quais pessoas foram e são importantes na conquista do laboratório para o Acre?

O professor Raimundo Paraná, hepatologista da Universidade Federal da Bahia. Christian Trepo, pesquisador francês. O governador do Acre, Tião Viana. O secretário de Estado de Saúde, Armando Melo. E toda a equipe do governo, que esteve nos acompanhando e auxiliando nas negociações.

– Qual é a importância da construção do laboratório no Acre para o desenvolvimento de pesquisas no estado?

O Acre terá o laboratório mais moderno de todo o país em biologia molecular e virologia, a serviço de diagnóstico de doenças comuns na população amazônica, proporcionando à população um diagnóstico mais rápido e com maior precisão.

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