Os 17 residentes da segunda turma do Programa de Residência Florestal iniciaram no último fim de semana a apresentação dos seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). A novidade foram os temas apresentados pelos residentes, totalmente inéditos, comemora o professor-doutor da Universidade Federal do Acre (Ufac) Ecio Rodrigues.
“Os temas apresentados são superinéditos, as dissertações e teses apresentadas na academia sempre tratam de coisas comuns da área florestal, e hoje temos trabalhos de monografia com temas que são inéditos para todo o Brasil”, disse.
Os temas foram bem diversificados, mas voltados para as questões ambientais, como o licenciamento de planos de manejo florestais, a viabilidade na prestação de serviços por cooperativas de manejadores florestais, estoques de biomassa e carbono nas florestas acreanas, uso de geotecnologias e a importância das unidades de conservação estaduais.
Pioneiro no Brasil, o Programa de Residência Florestal do Acre, que se iniciou em 2006 através de uma parceria entre o WWF-Brasil, o Estado do Acre, a Ufac e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), com recursos financiados pela Fundação Moore, proporcionou a formação da primeira turma de Residentes Florestais do Acre, contribuindo assim para o fortalecimento da economia florestal do Estado.
Para a realização da segunda fase do Programa, com 40 residentes florestais, em maio de 2011 foi celebrado um Convênio de Cooperação entre o governo do Acre, através da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (sedéns), a Ufac a Universidade Federal do Paraná, agora com recursos do Fundo Amazônia/Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Desses 40 residentes, 20 estão concluindo o curso no próximo mês de maio e os outros 20 iniciaram seus estudos em fevereiro deste ano. Essa última turma foi estendida também para Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Mâncio Lima, atendendo ao setor público e privado da região do Juruá com 12 residentes, além dos oito locados no Alto e Baixo Acre.
Cada residente recebe uma bolsa no valor de R$ 1.500 para orientação, monitoramento, supervisão e avaliação, sob a responsabilidade da Ufac, curso de Pós-Graduação em “Gestão Florestal”, na modalidade lato sensu, pela UFPR e desenvolvimento profissional, por meio da realização de atividades práticas junto a entidades públicas e privadas atuantes no Setor Florestal do Estado.
O sucesso do programa pode permitir que outras áreas também sejam contempladas com programas dessa natureza. Por isso, a Sedens já está preparando uma nova proposta de uma terceira fase do programa junto ao Fundo Amazônia/BNDES. Segundo o secretário Edvaldo Magalhães, nesta fase o programa passará a ser de Residência Agroflorestal, incluindo outras cadeias produtivas como as de agroindústrias e de alimentos.
“Nós queremos também atender nossa cadeia alimentícia, pois hoje o Acre tem um investimento grande na área da piscicultura, da ovinocultura, da suinocultura, da fruticultura, da produção leiteira e também pecuária, precisamos qualificar nossos profissionais para atuar também nessas áreas”, explicou Magalhães.