Relações comerciais do Acre com Bolívia e Peru devem ser ampliadas, aponta Anac

O Acre tem celebrado avanços na área comercial nas últimas semanas. O estado conquistou a liberação de exportação de carne suína para o mercado do Peru e da Bolívia, países com os quais faz fronteira e tem ligação terrestre pela Rodovia Interoceânica.

Na segunda-feira, 17, o governador Tião Viana anunciou que a carne suína acreana está autorizada a ser exportada para a Bolívia.

O presidente da Agência de Negócios do Acre (Anac), Inácio Moreira Neto, observa que a abertura do mercado para a carne suína produzida pela indústria acreana Dom Porquito permitirá que o estado também exporte produtos da região.

“Esses clientes bolivianos atualmente trazem carne suína do Chile. Hoje somos a planta frigorífica mais próxima de La Paz [capital da Bolívia] e a mais eficiente para esse atendimento para La Paz e Santa Cruz de la Sierra”, destacou Inácio Moreira.

Em setembro, fruto da articulação de Tião Viana, o Peru também autorizou a entrada de carne suína acreana.

Devido à localização estratégica, empresa acreana tem vantagem sobre os concorrentes chilenos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A proposta, a partir da liberação da carne suína acreana, é expandir as relações comerciais e seguir no trabalho para habilitar outros produtos industrializados. “Diferente de outros exportadores, nós também vamos ser compradores. A ideia é poder atender, principalmente, a faixa amazônica da Rodovia Interoceânica, que hoje utiliza o contrabando para levar industrializados do Brasil. Com nossa legalização, poderemos atender muitos clientes e gerar empregos nesta região”, pontuou o gestor.

Inácio frisa que o objetivo não é competir com os produtos locais, tampouco causar prejuízos ao mercado já existente na região andina. “Só queremos atender a demanda de carne suína que existe e que atualmente é comprada de outros países”, complementa.

Ampliar e viabilizar novos mercados

Segundo o presidente da ANAC, a indústria acreana quer fornecer matéria-prima suína para as indústrias que atuam na área de industrializados de carne no Peru. Ele revela que as empresas peruanas visitadas por ele compram carne dos Estados Unidos e do Chile, já que a produção nacional não consegue atender a demanda.

“Somos mais competitivos que as carnes que vêm de outros países e, logisticamente, mais rápidos. Além disso, com a exportação, vamos viabilizar outras transações, pois eles terão frete de retorno pela Interoceânica”, enfatiza.

Frigorífico da Dom Porquito, em Brasileia, iniciou suas atividades em novembro de 2015 (Foto: Ângela Peres/Secom)

Inácio diz que o Peru poderá se beneficiar ainda mais porque vislumbra a possibilidade de abertura de mercado para seus produtos no Brasil. Ele relata que atualmente os produtos peruanos não são competitivos por conta do frete, mas o frete retorno possibilita o ingresso no mercado brasileiro com custos competitivos.

O livre trânsito para exportar pelos portos peruanos também deve avançar, de acordo com análise do presidente da Anac.

“Precisamos ter bem acordada a garantia do livre trânsito para exportamos pelos portos peruanos, pela Estrada do Pacífico, com destino à Ásia. Isso nos garante custos atrativos para negociar com China, Hong Kong e Vietnã e pode novamente viabilizar toda a importação de frutas, legumes, do vale de Arequipa [Peru] para o Norte do Brasil, que já somos consumidores desses produtos e poderia ampliar cargas se tivesse frete retorno”, finaliza o gestor.

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