Foi no fim do ano de 2017 a terceira edição do concurso de redação promovido pela Defensoria Pública da União (DPU) e a primeira vez que reeducandos da Unidade Prisional de Senador Guiomard participaram. O resultado foi recompensador: três deles foram os primeiros classificados na categoria de redação para privados de liberdade. A premiação foi entregue na manhã desta quinta-feira, 17, na unidade.
Os premiados foram Willian do Nascimento (1° lugar), com a conquista de um aparelho tablet, Gilson Cavalcante (2°) e Aryel Mayllow Acácio de Menezes (3°), que ganharam medalha e certificado. Com o tema “Mais direitos, menos grades”, o certame foi realizado em todas as unidades da federação, com 6.607 redações inscritas, sendo 5.044 de estudantes internos do sistema prisional do país.
Os três são participantes das aulas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma ferramenta de ressocialização existente no complexo há seis anos e que em cada um deles atendeu em média 50 estudantes. Este ano os reeducandos da unidade também serão inscritos na Olimpíada de Matemática, na qual internos da Unidade de Regime Fechado Francisco de Oliveira Conde, na capital, também já foram premiados com medalhas de ouro, prata e bronze.
De acordo com o diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), Aberson Carvalho, essa é a prova de que vale a pena acreditar na ressocialização: “As oportunidades são para todos e queremos elevar a quantidade de reeducandos que abraçam essas oportunidades. Nosso maior desafio é fazer com que eles cumpram suas penas e tenham plenas condições de conviver em sociedade novamente”.
O olhar que vê além das grades
Garantir oportunidades de ressocialização também é oferecer possibilidades de recomeços. A missão de devolver pessoas ao convívio social, com a capacidade de reconstruir a vida ao lado de suas famílias é parte dos eixos de ressocialização executados pelo Iapen.
E a educação é essencial. Em parceria com a Secretaria de Educação Esporte (SEE), todas as iniciativas desenvolvidas na área educacional da rede pública também são aplicadas nas unidades prisionais do Estado.
“Acreditamos que a educação é o primeiro passo para que essas pessoas tenham a chance de sonhar com um futuro com dignidade. Não há como pensarmos em liberdade se o caminho não for a educação”, frisa a coordenadora de ensino do Iapen Helena Guedes.