Rede de Manejo Florestal da Amazônia vai integrar diferentes segmentos

Estruturação do órgão será discutida nesta quarta e quinta-feira com representantes de instituições governamentais, iniciativa privada, ensino e pesquisa

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Rede integra instituições envolvidas na exploração e pesquisa dos recursos florestais (Foto: Diva Gonçalves/Assessoria Embrapa)

Nesta quarta e quinta-feira, 26 e 27, representantes de instituições governamentais, iniciativa privada, ensino e pesquisa estarão reunidos em Rio Branco para estruturar a Rede de Manejo Florestal da Amazônia. O início do encontro está previsto para as 8 horas, no auditório da União Educacional do Norte (Uninorte), localizada na BR-364, Km 2.

Segundo o pesquisador Luciano Ribas, coordenador do evento, a rede será um esforço para integrar os diferentes setores envolvidos na exploração e pesquisa dos recursos florestais. "A carência de conhecimento técnico, aliada às dificuldades de articulação entre a pesquisa, órgãos de fiscalização e controle de meio ambiente e setor privado, tem limitado a realização do manejo florestal como uma atividade sustentável", afirmou.

A rede é uma das ações do projeto de pesquisa Manejo Florestal da Amazônia, coordenado pela Embrapa Acre, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O evento é realizado com a parceria do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Serviço Florestal Brasileiro e Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Floresta (Sef).

Um dos objetivos da rede é gerar discussões e propor alternativas que possam embasar a elaboração de políticas públicas, além de indicar procedimentos de campo para o monitoramento e manejo da floresta com tecnologias sustentáveis. Conforme explica o pesquisador Marcos Vinicius de Oliveira, um dos articuladores da rede, durante o evento será formado o conselho gestor, composto por representantes de órgãos ligados ao meio ambiente, da pesquisa e da iniciativa privada, que inclui as comunidades tradicionais e o setor empresarial.

Esse conselho irá discutir a melhor forma de implementar o manejo florestal nos diferentes níveis: definição de políticas públicas, adequação da legislação e das normas e indicação de práticas de campo. "Nós pretendemos que o plano de manejo tenha um melhor padrão técnico de elaboração e execução e ao mesmo tempo esperamos aumentar a competitividade do setor, para isso precisamos que os diferentes segmentos estabeleçam um diálogo e estejam unidos", esclarece Oliveira.

Durante o evento, grupos de trabalho discutirão as oportunidades e limitações do manejo florestal, além de debater sobre as diretrizes básicas para a implementação e gestão da rede. "O objetivo é estabelecer um compromisso de apoio das instituições participantes para movimentar a rede", diz Luciano Ribas.

Tecnologias sustentáveis

De acordo com Oliveira, a rede vai disponibilizar tecnologias digitais e de acompanhamento remoto que imprimam mais dinamismo e sustentabilidade ao manejo florestal. "A proposta é tornar a atividade mais ágil e atribuir maior precisão ao monitoramento do projeto com a possibilidade de rastrear a cadeia de produção da madeira, desde a árvore em pé até a indústria, e a cadeia dos produtos não madeireiros, desde a colheita até a comercialização", esclarece.

Como exemplo dessas tecnologias, Oliveira cita o Modelo Digital de Exploração Florestal – Modeflora, desenvolvido pela Embrapa Acre (Rio Branco), em parceria com a Embrapa Floresta (Colombo/PR), que agrega o uso equipamentos de ponta (GPS, barômetros, imagens de satélite entre outros) na geração de informações que melhoram o planejamento, a execução e o acompanhamento do manejo florestal.

Próximos passos

Dentre as iniciativas futuras da rede, está a construção de um portal que armazenará um banco de dados com informações representativas dos projetos de manejo florestal executados na Amazônia. "Esse banco de dados poderá gerar índices técnicos, estatísticas e o rastreamento da cadeia, com a vantagem de ter diferentes níveis de acesso, conforme o público que demanda a informação: órgãos do governo terão acesso a informações detalhadas, que permitem o acompanhamento e a fiscalização das ações. Ao público em geral serão disponibilizados dados básicos referentes à finalidade, localização e tamanho dos projetos", explica Marcos Oliveira.

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