Recicláveis são transformados em artigos de decoração no HC

Mais de 5000 pessoas já foram beneficiadas com o “Arte Solida” (Foto: Cássia Veras)

Mais de 5000 pessoas já foram beneficiadas com o “Arte Solida” (Foto: Cássia Veras)

Instruir o servidor, bem como a população, sobre a melhor utilização dos recursos e resíduos produzidos pelo Hospital das Clínicas é uma das tarefas do Projeto de Educação Ambiental, implantado em 2007.

Entre as várias realizações do programa o “Arte Sólida” se destaca por transformar aquilo que não teria outra finalidade senão o lixo, em artigos de decoração e de utilidade funcional. A iniciativa vem da Engenheira Agrônoma Rosangela Lima, especializada em educação ambiental.

“A arte por si só é uma terapia. Isso me realiza como profissional, tanto que procuro novas ideias para a melhoria e a adaptação do paciente ao projeto. Vejo que isso os estimula e mostra que eles têm capacidade. Além disso, eles se sentem valorizados e bem acolhidos”, comenta a educadora ambiental.

O trabalho é realizado especialmente com os pacientes da nefrologia e acompanhantes, mas qualquer pessoa pode participar e ser colaborador do projeto. Segundo a engenheira ao longo da sua administração mais de 5 mil pessoas já foram beneficiadas com o “Arte Solida”. Ela explica que 70% do material utilizado nas confecções é resíduo hospitalar, porém aquilo que tem contato com o paciente é esterilizado para que as professoras e alunos do Arte Sólida possam utilizar.

A senhora Rosilene Francisca de Oliveira acompanha o esposo que é  paciente renal, e encontrou na arte mais um meio de sobrevivência após aprender a confeccionar panos de prato.

70% do material utilizado nas confecções é resíduo hospitalar (Foto: Cássia Veras)

Setenta por cento do material utilizado nas confecções é oriundo de resíduo hospitalar (Foto: Cássia Veras)

“Antes eu fazia só para passar o tempo à espera do meu esposo, mas então percebi que poderia tirar lucro disso, então comecei a fazer e vender em casa”, declara Rosilene afirmando que em breve pretende abrir uma loja e expandir o negócio.

Segundo o médico, Carlos Jamal, o programa tem ajudando muito no tratamento de seus pacientes, pois funciona como uma terapia ocupacional. “Geralmente o paciente fica horas na hemodiálise, mas quando está ocupado, com algo que os divertem, o tempo não é mais notado” relata Jamal.

Rosangela declara ainda que existem pacientes que já se recuperaram, como é o caso da dona Ana Maria, ex-paciente de cirurgia bariátrica, mas que voltam só para pintar e ajudar os novos alunos.

O projeto tem apoio da Central de Articulação das Entidades de Saúde (Cades), por meio da Secretaria de Saúde do Acre, que investiu no projeto feito pela presidente da associação dos pacientes renais Berenice Sales.

“Este investimento possibilitou a compra de materiais que não tínhamos, como pincéis, tintas, tecidos e outras coisas. Eu não canso de buscar recursos para a melhoria do programa e o governo do Estado tem sido um grande parceiro”, diz Sales.

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