Despertar o papel do radialista na prevenção da violência contra crianças e adolescentes e para a propagação de uma cultura de paz. Este foi o objetivo da oficina “Nas Ondas do Rádio: Prevenção da Violência Contra Crianças e Adolescentes”, realizada pelo Ministério da Saúde, no último fim de semana, em Brasília.
Cinco jornalistas acreanos participaram do evento representando o Sistema Público de Comunicação (Rádio Difusora Acreana, Aldeia FM e a Agência de Notícias do Acre, a Secretaria de Estado de Saúde e a Rádio Comunitária da Gameleira). Ao todo, mais de 150 profissionais estiveram reunidos apresentando os trabalhos realizados na área pelas rádios em que trabalham e compartilhando experiências.
O objetivo é usar o rádio na difusão das ações de prevenção da violência e promoção da cultura de paz no território, agregando novos atores às redes de atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias em situações de violência. “Já temos um ótimo resultados dessa ação, que são as peças radiofônicas educativas produzidas, e esperamos muito mais desses radialistas”, afirmou o coordenador da Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha.
De acordo com Gilvani Pereira Grangeiro, coordenadora do projeto “Nas Ondas do Rádio”, a expectativa é de que os comunicadores trabalhem como multiplicadores. “O rádio foi o veículo escolhido pelo Ministério da Saúde para essa capacitação por ser considerado o meio de comunicação de massa mais acessível. Tenho certeza de que o resultado desse projeto vai causar um grande impacto na transformação da cultura do brasileiro. É necessário semear a paz, e essa é a missão desses radialistas.”
A reunião em Brasília foi a fase final do projeto, que teve início em abril deste ano e reuniu radialistas das regiões Norte e Nordeste em Belém (PA) e Recife (PE), respectivamente, quando os profissionais produziram peças radiofônicas sobre o tema. Esse material foi reunido em um CD e disponibilizado para todos os participantes, e deve ser distribuído para todas as rádios do país.
“Violência é um termo muito complexo, com diversos significados. Vai desde a violência verbal e psicológica, que causa sérias feridas na personalidade, até a violência mais conhecida, que é aquela que causa hematomas e põe em risco a saúde. Mas é necessário dar atenção máxima à violência estrutural, aquela que revela a desigualdade. Essa violência estrutural muitas vezes condiciona o cidadão a realizar os outros tipos de violência”, explicou a pediatra Raquel Niskier Sanches, representante da Fiocruz.