Em uma nova visita a uma das mais de 300 turmas do programa de alfabetização Quero Ler, o governador Tião Viana conheceu na noite de segunda-feira, 2, um grupo de jovens e adultos, a maioria acima dos 50 anos, que há dois meses aprendem a ler e escrever no bairro São Francisco, em Rio Branco.
O programa Quero Ler foi criado por Tião Viana em seu segundo mandato e tem o objetivo de eliminar o analfabetismo no Acre até 2018. A expectativa é atender cinco mil pessoas na zona urbana e outras duas mil na zona rural da capital. Só para este ano, a meta é alcançar sete mil pessoas em Rio Branco, enquanto pelo menos mais 17 mil devem ser atendidas no interior, tudo isso num investimento de R$ 26 milhões.
“Sei que tem muitos pais e mães de família aqui que fizeram o máximo para que os filhos tivessem estudado. Agora são vocês que ganham uma chance nova para se alfabetizarem. O ato de ler dá mais chances de se vencer na vida, não importa a idade. A única coisa que eu peço é que não desistam”, disse o governador Tião Viana.
A pequena, mas empolgada turma se reúne na varada da casa da professora Salma Doto, que cedeu o espaço por ter se maravilhado com a ideia do Quero Ler. “Acredito nesse programa. E tudo que a gente faz com amor e dedicação, a gente tem o resultado final certo. É uma turma que está aprendendo e já em dois meses não temos mais ninguém aqui que não saiba ler e escrever. A gente quer chegar até o fim do curso com todos eles presentes e alfabetizados”, ressalta Salma que dá as aulas junto com a filha.
A felicidade de conhecer as letras
Entre os alunos, José Saraiva é um dos mais satisfeitos com o resultado que já conquistou. Seringueiro dos sete aos 35 anos, ele disse que só veio para a cidade quando a esposa e ele tiveram filhos. Agora, aos 55 anos e com os filhos criados, Saraiva tira um tempo para aprender a ler.
“Rapaz, estou me sentindo muito feliz aqui, graças a Deus. Porque antes eu não sabia de nada; e hoje eu já sei de um pouco. As letras eu já conheço uma por uma, só não estou sabendo, por hora, juntar as letras direito para formar as palavras, mas ainda assim consigo ler muita coisa nesses dois meses”, conta, sorridente, mostrando até a lanterna que usa às vezes para estudar.
Já a senhora Elvira Iasqui, de 53 anos, diz que a pequena turma do Quero Ler vai além do aprendizado. “Me sinto muito bem aqui porque é a mesma coisa que uma terapia. A gente chega com dor de cabeça e sai sem a dor de cabeça. E eu sou muito grata, pelas professoras e pelo governador, por abrirem este espaço para a gente. É muito gratificante.”
O novo secretário adjunto de Alfabetização, Evaldo Viana, também participou da visita do governador Tião Viana. E reforça: “Só aqui temos duas turmas que funcionam na casa das nossas amigas professoras, que cederam o espaço, e temos 33 alunos que se revezam para alcançar o sonho de aprender a ler e dominar a escrita”.