Quero Ler leva oportunidade para alunos do Belo Jardim II

A Associação Comunitária do Bairro Belo Jardim II protagoniza um momento único na vida dos 60 alunos, a maioria entre 30 e 70 anos, que estão sendo alfabetizados por meio do programa Quero Ler, criado para a erradicação do analfabetismo no estado.

Cerca de 60 alunos estão sendo alfabetizados pelo Quero Ler no Bairro Belo Jardim II (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Cerca de 60 alunos estão sendo alfabetizados pelo Quero Ler no Bairro Belo Jardim II (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Para eles, as noites de estudo figuram a realização de um sonho, que só está sendo concretizado graças à oportunidade concedida pelo governo.

Na noite desta quinta-feira, 7, o governador Tião Viana, juntamente com a equipe de coordenação do programa Quero Ler e o secretário municipal de Esportes, Afrânio Moura, visitou as turmas durante o horário de aula, na associação. Animados e bastante receptivos, eles receberam Tião Viana com aplausos e cantos de boas-vindas.

O saber só serve pra nos libertar, pra dar outra visão de mundo. É esse o sentido desse curso”, destacou o governador r (Foto: Sérgio Vale/Secom)
O saber só serve pra nos libertar, pra dar outra visão de mundo. É esse o sentido desse curso”, destacou o governador r (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Aqui são mais de 60 alunos, entre pais que formaram os filhos, mas não tiveram para si essa oportunidade. Mas agora, nós estamos dando essa oportunidade por meio do Quero Ler. O saber só serve para nos libertar, pra dar outra visão de mundo. É esse o sentido desse curso”, destacou o governador, que se sentiu emocionado ao reencontrar seu professor de matemática do Colégio Acreano dando aula para os alunos.

“É uma satisfação muito grande recebê-lo aqui. Estamos diante de uma comunidade carente de saber, de conhecimento. Sua presença representa a consolidação do nosso desejo de que o Estado pode sim, dar a mão necessária para que essa comunidade viva um ambiente de integração social”, destacou o professor Arlindo Ferreira, que como presidente da associação, também cedeu o espaço para as aulas.

A professora Karen Albuquerque é muito querida pelos alunos, afinal, a força tarefa de formar a sala de aula foi dela, e resultou em três turmas (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A professora Karen Albuquerque é muito querida pelos alunos, afinal, a força tarefa de formar a sala de aula foi dela, e resultou em três turmas (Foto: Sérgio Vale/Secom)

É notório que a professora Karen Albuquerque é muito querida pelos alunos, afinal, a força-tarefa de formar a sala de aula foi dela, que reuniu um a um, resultando na constituição de três turmas.

“Aqui a gente está atendendo a necessidade dessas pessoas, que precisam aprender a ler e a escrever. Esta oportunidade de ensino oportunizará melhores condições de vida para essas pessoas, seja de emprego ou até mesmo uma faculdade”, pontua a professora.

O coordenador do programa Quero Ler, Moisés Diniz, disse que a vinda do governador a essas comunidades carentes, serve, ainda, para discutir as novas ideias que garantam o envolvimento da comunidade. “É trazer esperança e portas iluminadas para o futuro dessas pessoas”, destacou.

Esperança e renovação

Maria da Conceição tem 30 anos e três filhos. Conta que morava no seringal Bom Jesus, em Acrelândia, e nunca teve oportunidade de frequentar a sala de aula. Agora, com o Quero Ler, ela renovou a esperança e agora tem certeza de que chegou ao caminho das letras e do ensino.

“Eu fico pensando no quanto a minha vida vai mudar. Há 15 anos eu não tive oportunidade, já que morava no seringal, e agora, que essa chance veio, eu vou aproveitar ao máximo para aprender e poder ensinar os meus filhos”, conta.

A história da dona de casa Maria Francisca da Conceição não é diferente. Ela conta que não sabe que idade tem, mas que isso é algo que também vai mudar quando ela estiver “lendo tudo”.

“Hoje eu estou tendo essa oportunidade de estudar. Mesmo depois de velha, mas pra aprender não tem idade, né?” - Maria Francisca da Conceição (Foto: Sérgio Vale/Secom)
“Hoje eu estou tendo essa oportunidade de estudar. Mesmo depois de velha, mas pra aprender não tem idade, né?” – Maria Francisca da Conceição (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Eu nunca tive estudo. Meu pai nunca deixou a gente ir para a escola. Uma vez um padrinho meu queria que eu fosse pra São Paulo morar com as filhas dele, para estudar, mas o papai nunca deixou. Aí eu perdi o gosto. Hoje, graças a Deus, estou tendo essa oportunidade, mesmo depois de velha, mas para aprender não tem idade, né?”, indaga.

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