Queimadas e incêndios florestais: a identificação via satélite

Até agora o satélite de referência do Inpe registrou 1.213 focos de calor em todo o estado (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Estamos no meio do verão amazônico, e a preocupação com as queimadas e incêndios florestais continua. Até agora os satélites que monitoram as áreas acreanas já registraram mais de 1.200 ocorrências relacionadas a esse tipo de crime.

O que pouca gente conhece são os procedimentos adotados por órgãos de fiscalização e forças policiais para localizar essas áreas e empreender as diligências necessárias à identificação dos autores dos danos ambientais.

“Nós planejamos as ações em conjunto, com a participação dos órgãos da área de meio ambiente. Só assim conseguimos alcançar todas as regiões do estado e chegar o mais rápido possível às localidades. A vigilância via satélite é indispensável à boa execução das ações”, disse Edegard de Deus, titular da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema).

Monitoramento

Órgãos como o Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) e o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) recebem periodicamente imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Esses dados são essenciais para o planejamento das operações conjuntas, desencadeadas por municípios, Estado e governo federal. Nas últimas semanas foram diversas autuações, apreensões e até prisões de pessoas em flagrante.

Segundo o major Samir Freitas, do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) da PM acreana, os dados subsidiam as ações de inteligência da corporação.

“Com esses dados, atualizados a cada duas semanas, nós monitoramos qualquer intervenção feita nas áreas. Essas informações norteiam as ações desenvolvidas pelas instituições públicas e a Polícia Militar oferece todo o suporte aos fiscais”, afirmou Freitas.

Força-tarefa contra queimadas envolve diversas instituições de comando e controle (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Autuações

Desde o início do verão amazônico de 2017, um dos mais rigorosos da história, as atividades dos órgãos responsáveis pela fiscalização não dão trégua.

Até agora o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Imac já aplicaram mais de R$ 2 milhões em multas.

Na última semana a Operação Onda Verde apreendeu motosserras, armas, comida e até tratores. Tudo estava em posse de madeireiros ilegais, em um acampamento montado dentro da floresta, na região de Acrelândia.

“Nós estivemos em diversas cidades, de Assis Brasil a Cruzeiro do Sul. Autuamos, apreendemos vários equipamentos e a polícia prendeu pessoas em flagrante. As ações vão continuar, pois o governo entende que elas são necessárias neste momento”, afirmou Paulo Viana, diretor-presidente do Imac.

O Acre vive um dos períodos mais severos de estiagem da história (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Situação de Emergência

Na sexta-feira, 25, o governo do Estado decretou Situação de Emergência em três cidades do Alto e Baixo Acre. Brasileia, Porto Acre e Rio Branco sofrem com o reduzido nível das águas do Rio Acre e a escassez de chuvas.

No dia em que o decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), o manancial, que abastece diversas cidades no estado, estava com 1,98 metro.

“O decreto foi necessário para garantir que os órgãos públicos possam dar respostas mais rápidas. A situação é atípica e nós estamos envidando os esforços necessários para atravessar esse período com o menor transtorno possível para o cidadão”, afirmou o coronel Roney Cunha, comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Acre (CBMAC).

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